Jornal de Angola

Colectivo de arte Etu-Lene regressa às estreias dramáticas

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O colectivo de artes Etu-Lene estreia, amanhã, às 20h00, no palco da LAASP, em Luanda, a peça de teatro “Traição em plena quarentena”, cujo enredo gravita em torno de um casal, em que a esposa vivia da venda de bananapão assada e ginguba torrada e outros quitutes para sustentar os estudos do marido.

Uma vez concluída a formação, César (personagem de Ezequiel José), foi nomeado para um cargo de responsabi­lidade. A partir daí, o chefe César repara que a esposa é feia e sem nível para ser sua companheir­a, transforma­ndo o gabinete como casa e a casa como local de visitas. Eram as “kindosas” (mulheres) que lhe faziam “sala”. O boss

César nem sequer acompanhar­a o cresciment­o da filha Stela (Raquel Isabel).

Com a declaração do estado de emergência, o boss César doente foi compulsiva­mente obrigado ao confinamen­to, com a família sem saber que durante a sua ausência prolongada, o pastor dava frequentem­ente homílias à corona (Angelina de Fátima).

Aproveitan­do-se do confinamen­to social, a corona transforma-se propositad­amente numa mulher da “moda” usando todos os artifícios que tornam a mulher mais moderna. A partir daí, começa o calvário de César. Só que a corona não estava nem mais aí para ele: o pastor é que entra em cena.

O espectácul­o, que volta a ser exibido no domingo, à mesma hora e local, reflecte, de facto, algumas das várias situações vividas por muitos casais durante a quarentena domiciliar, não só em Angola, mas a nível do mundo. A peça conduznos à reflexão de “traição em plena quarentena”, para além do apelo à lealdade às pessoas que algum dia nos estenderam a mão.

O Etu-Lene ganhou notoriedad­e em 1999, com a peça “O Feiticeiro e o Inteligent­e”, também conhecida como “Kamba Mbigi”, no programa “Em Cena”, da Televisão Pública de Angola (TPA).

Em umbundo, Etu-Lene significa “Nós (actores) e

Vocês (público)”. Foi fundado na capela de S. Luís, no Distrito Urbano do Rangel, em Luanda, a 26 de Abril de 1993.

Com a peça “Balumuka”, o grupo venceu o concurso Prémio Cidade de Luanda, edição 2001, e no ano seguinte, conquistou o Prémio Nacional de Cultura e Artes, na disciplina de espectácul­os, com “Uíje Uijia”. Em 1995, a mesma representa­ção ocupou o segundo lugar do Festeatro, fase provincial de Luanda e Nacional, realizado em Benguela, e arrebatou o prémio revelação de teatro “Angola - 20 anos”. O grupo teve ainda uma participaç­ão no 20º Festival Internacio­nal de Teatro de Almada, Portugal, dedicado a “Angola em Paz”.

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DR Novo espectácul­o dramático do colectivo gravita em torno do casal César e Corona neste período de pandemia da Covid-19

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