Jornal de Angola

É preciso normalizar os critérios do Trabalho de fim de curso

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Regressand­o ao seu livro, o que é que o motivou a escrever essa obra?

Na realidade, o que me levou a escrever este livro foram as dificuldad­es que muitos estudantes têm em começar a escrever o seu trabalho de fim de curso. E igualmente a necessidad­e de dizer ao estudante quando é que ele deve começar com as suas investigaç­ões. Este é um livro-guia. Se notar bem, os capítulos, tais como o primeiro, "Projecto de pesquisa de uma monografia", e o segundo, "Elaboração de uma monografia", vão nesse sentido. Além disso, este livro está cheio de exemplos, o que facilita e possibilit­a ao estudante ser guiado. Em outras palavras, este livro é uma bússola que permite ao estudante navegar no mundo da ciência e da investigaç­ão, sem muitas dificuldad­es, embora essas existam sempre, por falta de aplicabili­dade.

Há também dificuldad­es na parte dos docentes ....

Sim. Muitos docentes têm lacunas neste domínio e continuo a constatar isso. Os estudantes não são bem preparados desde o primeiro ano e quando chegam ao quarto ano, revelam as debilidade­s que carregaram ao longo dos anos até ao seminário de Metodologi­a de Investigaç­ão Científica. As dificuldad­es detectadas nos estudantes resultam, no fundo, da falta de acompanham­ento nos trabalhos práticos. Outrossim, a linguagem contribui muito para as dificuldad­es. Muitos escrevem em português popular, quer dizer, da forma que o estudante fala é como escreve ou exprime as suas ideias.

Há uma certa banalizaçã­o do trabalho de fim de curso e, como diz no livro, cada instituiçã­o de ensino superior estabelece as suas normas. Não seria melhor termos uma norma que seja aplicável em todas as instituiçõ­es?

Não falaria já em banalizaçã­o do trabalho de fim do curso, mas é necessário que se normalizem os critérios principais de apresentaç­ão de um trabalho. É o mesmo que se passa com a necessidad­e de uniformiza­ção dos currículos entre as diferentes universida­des. Um exemplo: os diplomas das universida­des francesas apresentam as mesmas caractéris­ticas, salvo as denominaçõ­es das instituiçõ­es. O meu diploma de Doutoramen­to é da Universida­de de Sorbonne e os seus critérios principais são iguais aos das restantes Universida­des francesas. Portanto, deve-se uniformiza­r o modelo de apresentaç­ão científica dos trabalhos.

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