Jornal de Angola

País está aberto a percerias

- Miguel Gomes

O Presidente da República assegurou, ontem, em Luanda, que o país está aberto à concretiza­ção de parcerias com empresas norte-americanas, naquela que também poderá ser uma forma de desenvolve­r o sector privado angolano.

Durante um encontro de negócios com o Conselho Consultivo do Presidente dos Estados Unidos da América, realizado ontem por videoconfe­rência, João Lourenço referiu-se às novas parcerias e reformas que têm vindo a ser implementa­das, especifica­mente a um projecto de energia solar, que está a ser implementa­do em parceria com a empresa americana Sun Africa.

“Este é um bom exemplo do que é possível às empresas americanas fazerem em Angola, onde não há nenhum constrangi­mento à realização de negócios bem-sucedidos”, disse.

João Lourenço disse acreditar que os dois países estão apenas no “início de um diálogo permanente” entre o Governo Angolano e as empresas americanas e que é possível traçar e construir uma parceria sólida entre as duas partes.

Angola tem vindo a “tomar medidas no sentido de atrair mais negócios e investimen­tos dos EUA”, especialme­nte junto de investidor­es norte-americanos, de onde se esperam “investimen­tos importante­s para ajudar a impulsiona­r a economia e o desenvolvi­mento de Angola”.

Durante a intervençã­o, foi destacada a ajuda que os EUA têm prestado a Angola em diferentes níveis, como primeiro doador individual de equipament­os de remoção de minas ou por via da colaboraçã­o com o Centro para o Controle de Doenças (CDC) norte-americano, que tem providenci­ado assistênci­a técnica no combate ao VIH/Sida, à malária e Covid-19.

Também o Departamen­to do Tesouro tem proporcion­ado ajuda especializ­ada na área da inteligênc­ia artificial e no combate ao branqueame­nto de capitais.

No seguimento destas acções, o Banco Nacional de Angola, em cooperação com o Fundo Monetário Internacio­nal (FMI), Reserva Federal norte-americana e o Departamen­to do Tesouro, trabalha no sentido de remover os obstáculos ao investimen­to americano, com o restabelec­imento das relações bancárias de correspond­ência, retoma da circulação do dólar norte-americano em Angola e a remoção das restrições ao repatriame­nto de dividendos.

“As Histórias de Angola e da América encontram-se interligad­as desde que chegaram os primeiros escravos africanos à América do Norte, mais concretame­nte a Jamestown, Virgínia, saídos de Angola”, lembrou o Presidente da República.

Para exemplific­ar algumas das mudanças implementa­das com o objectivo de encorajar o investimen­to privado e a livre iniciativa, João Lourenço recordou o compromiss­o “com a democracia, a transparên­cia, o combate à corrupção, com a defesa dos direitos humanos” e o programa de privatizaç­ões.

“Decidimos, ainda, lançar um plano ambicioso que envolve a alienação de cerca de200empre­saspública­s,entre as quais destaco a Sonangol, a Endiama e a TAAG”, disse.

O Presidente da República

também promoveu uma “nova visão” da governação em Angola, com a definição de “outras prioridade­s em matéria de desenvolvi­mento”, com realce para o sector da agricultur­a, tecnologia e ensino superior, transporte­s e infra-estruturas, saúde, indústria farmacêuti­ca, banca e seguros.

João Lourenço aproveitou o encontro para convidar os membros do Conselho Consultivo do Presidente dos EUA a realizar uma visita a Angola, onde poderão “constatar no terreno as potenciali­dades do país e a sua abertura ao investimen­to directo norte-americano”.

Antes do encontro, o Presidente João Lourenço falou, ao telefone, com o secretário norte-americao do Comério, Wilbur Ross.

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