Conselho de Estado contraria Embaló
O Conselho de Estado recomendou, ontem, ao Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Embaló, a não dissolver o Parlamento e continuar a procurar soluções através do diálogo inclusivo. “Nós, unanimemente , aconselhamos o Presidente da República a continuar o esforço de busca de soluções através de um diálogo inclusivo”, afirmou, no final da reunião, o porta-voz indigitado do Conselho de Estado, Braima Camará, citado pela Lusa.
O Presidente da República esteve, quinta-feira, ao final da tarde, reunido com o Conselho de Estado, depois de ter ouvido, de manhã, os partidos com representação parlamentar e o presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, sobre uma eventual dissolução do Parlamento.
“Não há nada que ponha em causa o regular funcionamento das instituições da República, mas cabe ao Presidente decidir”, salientou Braima Camará, que é, também, o coordenador nacional do Movimento para a Alternância Democrática (MademG15). O Conselho de Estado é um órgão de consulta, não vinculativo.
A maioria dos partidos com representação no Parlamento da Guiné-Bissau t considerou, ontem, que não há motivo para a dissolução da Assembleia Nacional Popular, depois de audiências, em separado, com o Presidente.
“Pensamos que a dissolução do Parlamento é uma prerrogativa do Presidente da República e achamos que ,neste momento, não existe nenhuma crise no Parlamento”, afirmou Cipriano Cassamá, também primeiro vice-presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
O Chefe de Estado admitiu, na quarta-feira, em Bissau ter convocado para ontem os partidos políticos e o Conselho de Estado para analisar a eventualidade da dissolução do Parlamento, depois de ter críiticado a actuação de alguns deputados.
O Parlamento da GuinéBissau aprovou o Orçamento do Estado para 2021, mas sem a presença da maioria dos deputados do PAIGC.