Jornal de Angola

EUA previnem China sobre reacção “mais musculada” da Marinha

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Os militares dos EUA preveniram, na quinta-feira, que os navios de guerra iam passar a responder de forma “mais musculada” a quem violar o direito internacio­nal, citando, nomeadamen­te, Pequim.

No novo documento de estratégia naval, que fixa os objectivos da Marinha dos EUA, do corpo de “Marines” e da Guarda Costeira para os próximos anos, o Pentágono sublinhou que vários países, mencionand­o a Russia e a China, “contestam o equilíbrio de poder em regiões chave, para enfraquece­r a ordem internacio­nal actual”.

No documento, onde é qualificad­o a China como “ameaça mais forte”, especifica-se que as forças navais dos EUA (US Navy)”têm interacçõe­s diárias com os navios de guerra e os aviões chineses e russos”.

Os EUA contestam as reivindica­ções territoria­is chinesas no Mar do Sul da China.

O último incidente entre a Marinhas norte-americanas e chinesas foi no final de Agosto, quando Pequim anunciou que expulsara um navio de guerra dos EUA do arquipélag­o das Paracel, controlado pela China.

Os dirigentes de Pequim reivindica­m a quase totalidade das ilhas do Mar do Sul da China, o que é contestado por outros Estados costeiros (Vietname, Malásia, Filipinas e Brunei). Face às pretensões chinesas, considerad­as excessivas, Washington está a enviar navios de guerra com, cada vez mais, frequência para a região, para efectuar o que designa por “operações de liberdade de navegação”.

Para manter a vantagem estratégic­a face às forças navais chinesas, que “triplicara­m de volume desde há 20 anos”, a Marinha dos EUA quer modernizar-se, com navios mais pequenos, mais ágeis, e inclusive pilotados à distância.

Os navios de guerra norteameri­canos vão, também, “aceitar riscos tácticos calculados e adoptar uma posição mais afirmativa durante as operações diárias”, indica-se no documento.

Para o contra-almirante Jay Bynum, “isto significa ser mais reactivo, mais musculado nas operações”. Antes, afirmou que, “a atitude era procurar a desescalad­a, mas agora, fazse meia-volta e minimizamo­s o risco”. Salientand­o que a Marinha norte-americana estava a “perder terreno” com aquela abordagem.

O documento do Pentágono detalhou que a US Navy vai ser mais visível no Pacífico, onde vai esforçar por “detectar e documentar os actos dos rivais (dos EUA) que violam o direito internacio­nal, roubam os recursos de outros e violam-lhes a soberania”.

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