Dez parlatórios virtuais vão ser instalados em cadeias
vão ser instalados mais 31 parlatórios virtuais nos demais estabelecimentos penitenciários do país, para beneficiar os 26 mil reclusos que o país controla.
Eugénio Laborinho explicou que o recurso ao parlatório virtual vai ajudar a mitigar a contaminação e evitar a propagação da Covid-19 nos estabelecimentos penitenciários do país. Além disso, reconheceu que, com esta ferramenta, serão repostos os direitos fundamentais dos reclusos interagirem com as famílias sem que estes saiam das suas residências.
Para um melhor funcionamento do parlatório, 71 efectivos dos Serviço Penitenciários foram formados pelo Centro de Direitos Humanos e Cidadania da Universidade Católica de Angola, em matéria de TICs, Direitos Humanos, Ética e Segurança.
O titular da pasta do Interior disse, por outro lado, que o processo de ressocialização dos reclusos não é uma responsabilidade exclusiva do Ministério do Interior, por via do Serviço Penitenciário. Por isso, lembrou que o acto que testemunhou é um indicador da necessidade de intervenção de outros sectores da sociedade, incluindo os familiares directos dos reclusos.
Na Cadeia de Viana, o parlatório virtual vai beneficiar 4.800 reclusos que, há sete meses, estão impedidos de receber visitas de familiares e amigos por conta da pandemia da Covid-19.
Com capacidade de atender cerca de 70 reclusos por hora e 350 por dia, a sala do parlatório virtual conta com dez computadores. Para o contacto, os familiares dos reclusos deverão dirigir-se à unidade sanitária para fazer a marcação do horário e obter a senha de acesso virtual.
A partir de casa ou onde estiver, através do telefone ou computador, poderá estabelecer contacto com o parente que se encontra detido.
Mentora do projecto
Para apoiar as acções do Executivo, a Universidade Católica de Angola, no âmbito do seu objecto social, entendeu criar o parlatório virtual, permitindo, assim, que os reclusos mantenham contactos com os parentes em época da pandemia.
O projecto foi financiado pelo Programa das Nações Unidades para o Desenvolvimento (PNUD).
O representante do PNUD em Angola, Edo Stork, que também participou no acto inaugural, disse que o parlatório não irá beneficiar apenas os reclusos, mas, também os famílias que, com esta ferramenta, vão poder reduzir o custo e a frequência aos estabelecimentos prisionais.