Governo sofre dos maiores ataques informáticos ao país
Alguns departamentos governamentais foram os alvos de ‘hackers’ que penetraram nos sistemas informáticos
Várias agências governamentais e empresas norteamericanas sofreram um ataque cibernético, que terá começado em Março, mas desconhece-se os estragos causados pelos hackers embora, a imprensa refira “um dos piores ataques informáticos ao Governo dos EUA”.
Departamento da Energia, do Tesouro, do Comércio e Estado foram alguns dos alvos de hackers que penetraram nos sistemas informáticos do Governo dos EUA. Vários jornais apontaram, esta quinta-feira, que a suspeita recai sobre a Rússia (que já negou), contudo ainda é pouco perceptível se existiram consequências.
Os hackers terão tido acesso aos sistemas informáticos através da introdução de “malware” (código malicioso) no software da SolarWinds Corp, cujos principais clientes são agências governamentais e grandes empresas. O ataque informático terá durado meses, mas apenas foi comunicado, no domingo.
Shaylyn Hynes, portavoz do Departamento de Energia, que gere a Agência de Armas Nucleares dos EUA, “dos mais afectados”, informou, em comunicado que o ataque informático, não recaiu sobre “funções essenciais de segurança nacional”, escreve a revista “Time”.
A Agência de Segurança de Infra-estrutura e Cibersegurança, que está a investigar o incidente afirma que os autores do ataque têm “bons recursos” e mostraram “sofisticação” nas “actividades de longa duração” que efectuaram nos sistemas do Governo norte-americano.
Apesar do ataque cerrado à política, onde se incluem, pelo menos, três estados norte-americanos, a Microsoft anunciou que detectou “malware” nos sistemas, mas que já foram removidos. “Não encontramos evidências de acesso a serviços de produção ou dados de clientes”, disse Frank Shaw, porta-voz da empresa, numa publicação no Twitter.
Donald Trump ainda não comentou o caso, mas Joe Biden, que substitui, na Casa Branca em Janeiro, disse que a cibersegurança será “prioridade” durante o mandato, incluindo este ataque.
A Embaixada russa nos EUA afirmou, numa publicação nas redes sociais, que “não conduz operações ofensivas no domínio cibernético”.
Washington fecha consulados na Rússia
Washington vai fechar os dois consulados dos Estados Unidos na Rússia, segundo a CNN, enquanto o Presidente eleito, Joe Biden, se prepara para a transição no meio de tensões com Moscovo, suspeito de estar na origem de um ciberataque.
O Departamento de Estado vai fechar o consulado em Vladivostok, no extremo Oriente russo, e suspenderá as actividades do de Ekaterinburg, informou a estação na sexta-feira, citando uma carta do departamento de Estado dirigida ao Congresso, em 10 de Dezembro.
A decisão foi tomada “em resposta aos problemas contínuos de pessoal na missão dos EUA na Rússia, na sequência da imposição por Moscovo de um limite à missão dos EUA em 2017 e do consequente impasse com aquele país em relação aos vistos diplomáticos”, disse a CNN.
Dez diplomatas norteamericanos destacados para os consulados serão transferidos para a Embaixada dos Estados Unidos em Moscovo, enquanto 33 funcionários locais perderão os empregos, de acordo com o canal.
“Não está prevista qualquer acção relativamente aos consulados russos nos Estados Unidos”, refere a carta citada pela CNN. Assim, a embaixada em Moscovo será a única representação diplomática dos Estados Unidos na Rússia.
A Rússia tinha encerrado o consulado dos Estados Unidos em São Petersburgo em Março de 2018, depois de medidas idênticas terem sido tomadas por Washington em relação ao caso do antigo espião russo Sergei Skripal, que foi envenenado no Reino Unido.
Os Estados Unidos acusaram, na sexta-feira, a Rússia de estar, muito provavelmente, por trás do ataque cibernético que os atingiu. Segundo especialistas em segurança, esta operação poderia dar aos atacantes acesso a sistemas informáticos e redes eléctricas cruciais.
O director executivo da equipa de transição de Joe Biden, Yohannes Abraham, disse que o ataque era uma fonte de “grande preocupação” e que, sob a Administração Biden, os ciberataques iriam encontrar uma reacção que infligiria um “custo substancial”.
A Embaixada russa nos EUA afirmou numa publicação nas redes sociais que “não conduz operações ofensivas no domínio cibernético”