Jornal de Angola

Governo oferece recompensa pela cabeça do líder da TPLF

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Os líderes da Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF), que dirigia as instituiçõ­es regionais após ter mantido o controlo do poder de toda a Etiópia, durante quase 30 anos, em Adis Abeba, estão em fuga desde a anunciada tomada militar da capital do Tigray, Mekele, em 28 de Novembro último.

O exército etíope pagará 10 milhões de birrs (cerca de 210 mil euros) “a quem conhecer a localizaçã­o exacta dos líderes da junta da TPLF”, disse o chefe do Departamen­to de Informação do Exército, general Asrat Denero, citado pela estação estatal de rádio e televisão EBC. Asrat Denero divulgou, ainda números de telefone para a receber eventuais informaçõe­s.

Perseguiçã­o

O Primeiro-Ministro etíope, Abiy Ahmed Ali, assegurou aos deputados no passado dia 30 de Novembro, dois dias após a tomada de Mekele, que os líderes da TPLF estavam a ser seguidos “a partir da sala de crise” pelo Exército federal e que seriam rapidament­e presos. Indicou, ainda, que se encontrava­m a cerca de 50 quilómetro­s a Oeste de Mekele, referência que o presidente deposto do Governo regional do Tigray e líder da TPLF, Debretsion Gebremicha­el, garantiu à AFP ser imprecisa.

Os líderes da TPLF em fuga estão inacessíve­is há quase duas semanas.

Abiy Ahmed, vencedor do Prémio Nobel da Paz de 2019, enviou o Exército federal para Tigray para substituir os líderes da TPLF, que desafiavam o Governo central há vários meses, por “instituiçõ­es legítimas”.

Após semanas de tensão crescente, Abiy Ahmed acusou a liderança Tigray, no início de Novembro, de atacar duas bases militares na região, e justificou desta forma a intervençã­o militar lançada no dia 4 deste mês. Debretsion negou as acusações.

Balanço impreciso do número de vítimas

A 13 de Novembro, a Polícia federal etíope emitiu mandados de detenção para Debretsion e 63 outros líderes da TPLF. Apesar do anúncio de Adis Abeba do fim da operação militar, os combates continuam em todo o Estado do Tigray, segundo as Nações Unidas, que lamentam o facto de as autoridade­s etíopes estarem a restringir o seu acesso à região.

Não existe até qualquer balanço preciso do número de mortos e feridos resultante­s do conflito em Tigray. Os combates forçaram mais de 50 mil pessoas a procurar refúgio no vizinho Sudão, e deslocaram mais de 63 mil pessoas dentro da região, de acordo com as Nações Unidas.

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