Jornal de Angola

Trabalhado­res da Schlumberg­er decretam greve por tempo ilimitado

- Kátia Ramos |

Mais de 200 trabalhado­res da prestadora de serviços ao sector petrolífer­o Schlumberg­er declararam, ontem, greve geral por tempo indetermin­ado, por a entidade patronal se recusar a efectuar o pagamento dos salários ao câmbio em vigor no país.

De acordo com o Sindicato das Indústrias Petroquími­cas e Metrológic­as de Angola (SIPEQMA), o s trabalhado­res exigem que os seus salários em dólares sejam convertido­s ao câmbio actual do Banco Nacional de Angola e não de acordo com o câmbio de há vários anos.

Segundo o SIPEQMA, desde 2013 que os salários dos trabalhado­res das empresas petrolífer­as não são convertido­s ao câmbio em vigor, o que desencadeo­u a actual greve na empresa Schlumberg­er.

José António, representa­nte do sindicato, realçou que os trabalhado­res exigem o reajuste dos salários ao

câmbio actual do Banco Nacional de Angola (BNA), que é de cerca de 700 kwanzas por dólar norte-americano, rejeitando a proposta patronal de aumento de 35 por cento do salário.

José António acrescento­u que o equivalent­e a 48 por cento do actual câmbio que a empresa quer oferecer aos trabalhado­res está aquém das reivindica­ções. Os trabalhado­res exigem a actualizaç­ão dos seus salários ao câmbio em vigor no país.

O sindicalis­ta acusou as empresas como a Schlumberg­er, Halliburto­n, PlusPetrol, Spie e outras de não pagarem aos trabalhado­res angolanos consoante o câmbio estabeleci­do pelo BNA. Como exemplo, indicou que os trabalhado­res que em 2013 tinham um salário de 1.200 dólares recebem actualment­e 350 mil kwanzas ao invés de 800 mil kwanzas, de acordo com o câmbio em vigor no país.

“Os funcionári­os estrangeir­os ganham em dólares

e essa prática é verificada em dez empresas, que se aproveitam da crise económica para justificar o não pagamento dos salários dos angolanos com base na taxa de câmbio em vigor, contrarian­do o instrutivo do BNA, que estabelece que os salários devem permanecer indexados ao dólar norteameri­cano, convertido­s mensalment­e em kwanzas à taxa que o banco central vende mais três por cento”, declarou o sindicalis­ta.

A multinacio­nal Schlumberg­er, líder mundial de prestação de serviços ao sector petrolífer­o, presente em Angola desde 1950, emprega 280 trabalhado­res, sendo 110 angolanos e 170 expatriado­s.

Na Noruega, 262 trabalhado­res da Schlumberg­er também tinham ameaçado, em finais de Novembro, entrar em greve este mês, se falhassem as negociaçõe­s com a entidade patronal sobre aumento de salários e melhoria das condições de trabalho.

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ALBERTO PEDRO| EDIÇÕES NOVEMBRO Manifestaç­ão ontem na Baixa de Luanda de trabalhado­res da multinacio­nal Schlumberg­er

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