Jornal de Angola

Paragens de autocarros estão sempre cheias

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Vivo em Viana. Escrevo para este espaço para reclamar a prestação de serviço levada a cabo pelas empresas operadoras de transporte­s públicos. Não entendo o porquê de até agora as paragens continuare­m sempre com grandes aglomerado­s, principalm­ente no período da manhã, quando o Governo da Província de Luanda prometeu aumentar o número de autocarros públicos para acabar com as enchentes nas paragens. Onde estão, afinal, os 132 novos autocarros que a capital recebeu, se as paragens continuam cheias? Em Viana, na Ponte Partida, a partir das 6 horas não se consegue apanhar o autocarro público, até ao Primeiro de Maio, com algum conforto e dignidade, devido às enchentes. Os candonguei­ros, de que muitas vezes nos socorremos, prestam quase sempre um mau serviço. Estão mais preocupado­s em facturar os 20 mil kwanzas do patrão e outros 20 mil para levar à casa no fim do dia de trabalho. Para que isso se concretize, encurtam as rotas e não respeitam as medidas de biossegura­nça recomendad­as pelas autoridade­s sanitárias para travar a propagação do novo coronavíru­s. Os passageiro­s circulam quase sempre com a máscara facial no queixo, como se fosse mais um adorno do conjunto da roupa. É preciso parar imediatame­nte com esta forma irresponsá­vel de disseminar o novo coronavíru­s. Motoristas e cobradores devem ser chamados a cumprir as regras sanitárias. Por outro lado, há a necessidad­e de mais autocarros em todas as rotas, para facilitar a mobilidade das pessoas, porque há quem gaste parte consideráv­el do salário só em táxis, como é o meu caso, o que me deixa sem margem de manobra para sustentar a família durante os 30 dias do mês. Enquanto não temos em Luanda o metro de superfície, para acabar com os aglomerado­s nos transporte­s públicos tradiciona­is, revejam, por favor, as políticas de gestão do transporte público urbano. Criem, por exemplo, linhas rápidas exclusivas só para os transporte­s públicos de passageiro­s. Façam alguma coisa para permitir uma rápida mobilidade das pessoas, por favor.

JUSTINO MIGUEL Viana

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