Estado da estrada isola Wamba e Kuilo Pombo
As comunas do Wamba e Kuilo Pombo, que distam 28 e 40 quilómetros da vila sede do Sanza Pombo, na província do Uíge, encontram-se isoladas do município devido a degradação avançada das estradas. Para agravar a situação, vários focos de ravinas ao longo do
Para quem tenciona chegar as duas comunas a partir do município do Sanza Pombo, é obrigado a fazer o trajecto a pé ou de motorizada. Até Wamba o trajecto é feito em 28 quilómetros, enquanto para o Kuilo Pombo são acrescidos mais 12 quilómetros. Ao longo das duas vias, dezenas de ravinas de média e grande dimensão, buracos, lagoas, entre outros obstáculos, impedem a circulação de todo o tipo de viaturas.
Residente no Kuilo Pombo, Baptista Domingos, de 30 anos, lembra que não tem sido fácil circular a pé da comuna até a sede do município. As poucas motorizadas que ali arriscam, conta, cobram seis mil kwanzas, preço muito elevado para a maioria dos habitantes locais.
Baptista Domingos considera que as condições da estrada não impedem apenas a circulação de viaturas, mas também a instalação de postos e centros de saúde, escolas, estabelecimentos comerciais e, por conseguinte, atrasam o desenvolvimento integral da comuna.
“Os moradores enfrentam inúmeras dificuldades, falta quase tudo, desde saúde e educação de qualidade. Os doentes são tratados com terapias tradicionais. Caso não haja melhorias, são transportados de tipóia para o hospital municipal, a viagem é cansativa e de partir os ossos, o que leva muitos pacientes a morrer pelo caminho”, lamentou Esteves Jacinto, um outro residente.
Riquieta Sebastião, 31 anos, é comerciante. Há anos que depende das estradas que levam até ao Wamba e Kuilo Pombo para levar bens de primeira necessidade e fármacos à população local. Também há anos que lamenta as dificuldades que enfrenta no transporte do negócio até as duas comunas. Explicou que em várias ocasiões as mercadorias são transportadas em pequenas quantidades por cima de motorizada e, em caso de avaria, a “cabeça” passa a ser o recurso.
O soba grande do Sanza Pombo, Pedro Bula, lembrou que o mau estado das estradas já se alastra desde a época colonial. A população clama insistentemente, mas a situação nunca foi resolvida e agora chegou ao extremo.
“Nos sentimos esquecidos, a nossa maior preocupação é a melhoria das estradas, porque reparadas será possível as viaturas circularem e estarmos em condições de escoar os nossos produtos”, disse.
Pedro Bula afirmou que nas comunas do Wamba e
Kuilo Pombo residem metade da população do município do Sanza Pombo.
“É um dos municípios estratégicos na produção agrícola e pecuária na província do Uíge. Muitos produtos apodrecem no campo e não sabemos como e onde escoar”, lamentou.
Ruas esburacadas e infraestruturas abandonadas
Apesar do muito que há por fazer, nem tudo são espinhos no município do Sanza Pombo. A estrada principal, que dá acesso aos municípios do Quimbele e Buengas é recomendável. No interior da vila, entretanto, a realidade é diferente. Algumas ruas do casco urbano estão esburacadas. Noutras, que tinham um asfalto de invejar, sobraram apenas pedaços do asfalto aguardam aprovação”, disse.
A propósito, Ferreira Coxe defendeu que no próximo orçamento do PIIM para o município do Sanza Pombo sejam incluídos projectos como a reabilitação das vias terciárias e respectivas pontes, asfaltagem das ruas da vila, expansão da rede eléctrica, bem como a construção de novas unidades sanitárias e escolas nas localidades onde não existe.
Segundo o gestor, o desenvolvimento de qualquer região passa necessariamente pela mobilidade de pessoas e bens e a realidade das duas comunas, deixa a população longe da sede do município.
e cicatrizes do passado.
Nas duas faixas de cada rua são visíveis antigas infra-estruturas abandonadas, desde como lojas, bares, residências, estabelecimentos comerciais clamam por recuperação. O mesmo acontece com os jardins e outros espaços de lazer.
Quando interpelados pelo Jornal de Angola, alguns moradores foram unânimes em manifestar a preocupação sobre o estado actual das ruas do Sanza Pombo. Jacinto Anacleto, de 28 anos, lamentou o sucedido.
“Queremos ver uma imagem diferente da vila, ruas melhoradas, espaços verdes reabilitados, recuperação de várias infra-estruturas como lojas, estabelecimentos comerciais e outros com vista a atrair na localidade turistas e investidores”, augurou.