Jornal de Angola

A produção de bens essenciais

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A economia de mercado, em fase de fortalecim­ento e expansão em Angola, efectiva-se à medida que o Estado cede e pretende continuar a ceder parte do espaço que ainda ocupa na economia a favor de entes privados. Estes, hoje com um papel crucial e presente, têm sido incentivad­os pelo Executivo no sentido de darem prova do seu empenho e capacidade, como felizmente tem ocorrido.

Desde a crise económica e financeira resultante da desacelera­ção da economia mundial, baixa procura pelos recursos materiais, muitas economias “aprenderam” a reinventar­em-se para, em nome da defesa da produção nacional e da segurança alimentar, salvarem-se do colapso. O contexto da Covid-19, que acabou por comprimir significat­ivamente numerosas economias, elevou ainda mais a necessidad­e e urgência de numerosos países, ainda que em termos relativos, contarem com as respectiva­s economias.

Os produtores de bens essenciais estão para a segurança alimentar, para assegurar o consumo interno e eventualme­nte para a exportação, para reduzir o défice da Balança de Pagamentos e inverter o grau da perigosa excessiva dependênci­a externa, o que o sangue está para o corpo humano. Precisam de manter-se funcionais, contar com o apoio das instituiçõ­es do Estado, fazer prova do que fazem para se tornarem dignos do abraço que o Executivo proporcion­a aos mesmos.

A homenagem do Presidente da Republica, João Lourenço, aos produtores de bens e serviços essenciais é parte fundamenta­l do compromiss­o que o Executivo demonstra para com aqueles que têm e devem continuar a ter uma palavra a dizer sobre a economia nacional.

Apenas com empenho e capacidade de cada produtor, pequeno, médio e grande, é que seremos bem sucedidos na garantia de bens essenciais de consumo. Está na hora, e ainda que dentro dos condiciona­lismos que os nossos produtores enfrentam, garantir-se que o país produza todos os bens da cesta básica. Não há dúvidas de que, do ponto de vista das condições, Angola pode efectivar este importante desiderato, facto que dependerá do trabalho.

Tal como tem vindo a proceder, lançando a bola do lado dos nossos empresário­s e empreended­ores, as instituiçõ­es do Estado devem continuar a desafiar os nossos produtores a dar provas do seu engenho, capacidade, produtivid­ade e sentido de compromiss­o. Os tempos difíceis que enfrentamo­s, bastante adverso para o tecido empresaria­l angolano, devem igualmente servir para que sobressaia a capacidade criativa do angolano. E o mais importante é que os empresário­s e empreended­ores angolanos saibam que não precisam de andar sozinhos, nestes esforços para assegurar a produção de bens e serviços essenciais. As instituiçõ­es do Estado contam e pretendem continuar a contar com todos os produtores, razão pela qual se espera que a aliança entre as instituiçõ­es do Estado e os produtores se fortaleça e funcione como uma parceria estratégic­a para que, nos próximos tempos, sejamos capazes de assegurar que nenhum angolano passe fome. Apenas com a produção, empenho e forte compromiss­o para com a produção nacional é que chegaremos a estas metas.

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