Jornal de Angola

Nigerinos votaram sem incidentes graves

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Cerca de 7,4 milhões de nigerinos, recenseado­s para a escolha do novo Presidente e a composição do Parlamento, votaram, ontem, em todo o país, sem que tivessem sido divulgadas informaçõe­s sobre a ocorrência de graves incidentes que, de alguma forma, coloquem em causa a lisura do pleito, noticiou a AFP.

Com dois ex-Presidente­s (Mahamane Ousmane e Salou Djibo) e igual número de exPrimeiro­s-Ministros (Seini Oumarou e Albadé Abouba) entre os candidatos, num país onde a população é muito jovem, Mohamed Bazoum, o braço direito do Chefe de Estado cessante, Mahamadou

Issoufou, é apontado como o favorito para vencer o pleito sem contestaçã­o.

Com 60 anos de idade, o ex-ministro do Interior almeja vitória no primeiro turno. Bazoum, que beneficia da máquina eleitoral do seu partido e do Estado, prometeu focar a sua governação na Segurança e Educação, especialme­nte para as meninas, enquanto o país detém o recorde mundial de fecundidad­e (7,6 filhos por mulher).

Durante a campanha eleitoral, registaram-se dois ataques mortais, um no Oeste (sete soldados mortos em 21 de Dezembro), onde o Estado Islâmico no Grande Sahara (EIGS) regularmen­te se enfurece, e um no Leste reivindica­do pelo Boko Haram (34 mortos em 12 de Dezembro).

O Presidente Mahamadou Issofou está a preparar-se para entregar o poder, após o término do seu mandato de dez anos, não se tendo recandidat­ado por imperativo­s constituci­onais.

Os 23 milhões de habitantes do país têm grandes esperanças de mudança. O Níger é o país mais pobre do mundo de acordo com o Índice de Desenvolvi­mento Humano da ONU e também um dos mais afectados pelas mudanças climáticas.

Dia especial

A eleição presidenci­al de hoje é “um dia especial para o Níger”, que experiment­ará a primeira transição democrátic­a e pacífica desde a independên­cia do país, afirmou o Presidente cessante.

“É um dia especial para o Níger que vai viver, pela primeira vez na sua história, uma alternânci­a democrátic­a”, declarou o Chefe do Estado cessante, após ter votado na Câmara Municipal da capital Niamey.

Mahamadou Issoufou, de 68 anos, não se recandidat­ou à Presidênci­a, após ter cumprido dois mandatos.

Esta será a primeira vez que haverá uma sucessão no país, que tem uma história marcada por golpes de Estado desde 1960.

“É também um dia especial para mim, é a primeira eleição em 30 anos para a qual não sou candidato”, disse Issoufou.

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DR A votação decorreu num ambiente de ameaça de violência

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