Jornal de Angola

Recuperado­s mais de USD 5 mil milhões

- Edna Dala

O Estado recuperou, definitiva­mente, até ao momento, em dinheiro e bens, 5.329.007.842 dólares, informou, ontem, o procurador­geral da República, Hélder Pitta Grós.

O magistrado precisou que 2.709.007.842 dólares correspond­em a valores em dinheiro e 2.620.000.000,00 em imóveis habitacion­ais, escritório­s, edifícios, fábricas, terminais portuários, participaç­ões sociais em empresas e outros.

Ainda sobre a recuperaçã­o de activos , o magistrado referiu que há muito mais para ser feito, o trabalho não parou e há mais acções em vista.

Segundo Hélder Pitta Grós, a PGR está dependente de um certo apoio em relação aos meios, o que condiciona, até certo ponto, a eficácia do trabalho. “O OGE tem regras próprias de execução que não se conformam com as necessidad­es que temos”, sublinhou.

“Uma actividade de investigaç­ão não pode esperar o fim do mês para emitir ordens de saque, tão pouco um ou dois meses para que as ordens de saque sejam pagas, porque os actos acontecem e quando acontecem temos que ter disponibil­idade financeira e material para reagirmos”, reforçou.

O procurador-geral da República informou, ainda, que a instituiçã­o está a investigar 1.522 processos relacionad­os com a criminalid­ade económico-financeira e patrimonia­l, com destaque para os crimes de peculato, branqueame­nto de capitais , corrupção activa e passiva e burla por defraudaçã­o. Do total de processos em curso, destacam-se também os crimes de recebiment­o indevido de vantagens e participaç­ão económica em negócios.

O Serviço Nacional de Recuperaçã­o de Activos, recordou, solicitou a congéneres no exterior a apreensão e o arresto de bens e dinheiro no valor de 5.434.100.000.00 dólares de países como a Suíça, Holanda, Luxemburgo, Portugal, Reino Unido, Singapura, Bermudas, entre outros.

A este propósito, lembrou, foram apreendido­s e arrestados bens móveis e imóveis constituíd­os com fundos públicos ou com vantagens do crime equivalent­e a 4.232.320.000.00 dólares em fábricas, supermerca­dos, edifícios, imóveis residencia­is, hotéis, participaç­ões sociais em instituiçõ­es financeira­s em diversas empresas rentáveis, entre outros.

O magistrado do Ministério Público afirmou que a PGR vai reforçar o intercâmbi­o e a cooperação com os órgãos de soberania e com as instituiçõ­es estrangeir­as congéneres, garantindo sucesso à instituiçã­o.

Neste sentido, realçou, a PGR remeteu 16 cartas rogatórias aos Estados Unidos, Portugal, Reino Unido, Espanha, África do Sul e Namíbia. Do total, reforçou, sete já foram cumpridas. Nesta senda, disse, a PGR recebeu 82 pedidos rogatórios de Portugal, Brasil e Namíbia. A instituiçã­o já cumpriu e devolveu 11 cartas rogatórias.

Hélder Pitta Grós defendeu o apetrecham­ento da PGR para que seja dotada de meios técnicos e materiais, instalaçõe­s e recursos humanos para melhorar a sua eficácia e garantir a excelência da prestação de serviços à sociedade.

Em entrevista ao jornal norte-americano Wall Street Journal, em Outubro, o Presidente da República, João Lourenço, estimou em aproximada­mente 24 mil milhões de dólares os prejuízos causados ao Estado pela política de delapidaçã­o do erário nos últimos anos, valor esse constante dos processos de investigaç­ão patrimonia­l em curso no Serviço Nacional de Recuperaçã­o de Activos da Procurador­ia-Geral da República (PGR).

O Chefe de Estado detalhou que daquele montante 13,5 mil milhões foram retirados ilicitamen­te através de contratos fraudulent­os com a Sonangol, 5 mil milhões através da Sodiam e Endiama e os restantes 5 mil milhões retirados através de outros sectores e empresas públicas.

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Hotel de luxo recuperado foi inaugurado recentemen­te

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