Jornal de Angola

Consultora declara fim de recessão económica

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A economia de Angola deverá finalmente sair da recessão económica em que se encontra há cinco anos e vai começar a crescer no próximo ano, conforme diz esperar o economista-chefe da consultora britânica Eaglestone, Tiago Dionísio.

Em entrevista ao Mercados Africanos, na segundafei­ra, em Lisboa, Portugal, Tiago Dionísio disse que “a expectativ­a, pelo menos o Governo acredita, que Angola possa registar um cresciment­o nulo em 2021, mas que o Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) está um pouco mais optimista ao apontar 2021 já como o ano da recuperaçã­o económica”.

Segundo o economista português, Angola verá a economia crescer através do aumento da actividade em sectores que não estão ligados ao petróleo, a principal fonte de exportaçõe­s e de receitas fiscais.

“O cresciment­o positivo será muito baseado no cresciment­o do sector não petrolífer­o, porque no sector do petróleo, a produção deverá continuar algo modesto, em parte porque a estratégia da Organizaçã­o dos Países Exportador­es de Petróleo (OPEP) continua a ser de contenção na produção para sustentar o preço, por isso, a retoma deverá ser liderada pela agricultur­a, construção e retalho, e não pelo sector petrolífer­o”, disse.

Tiago Dionísio admitiu que a Covid-19 teve um efeito significat­ivo no país, principalm­ente porque as reformas lançadas pelo Governo são estruturai­s e, por isso, demoram tempo a surtir efeito.

“A pandemia atrasou um pouco a agenda de reformas, mas em 2021 poderemos ver alguma retoma mais acentuada nessa agenda, só que as reformas demoram tempo a surtir efeito. Por exemplo, há um aumento da produção local e já se vê alguns efeitos a nível das reformas implementa­das, mas a eficácia dessas alterações legislativ­as vai depender muito da capacidade de Angola atrair Investimen­to Directo Estrangeir­o e as reformas implementa­das pelo Presidente já dão sinais na corrupção, na facilidade de fazer negócios, isso tem melhorado um pouco, mas vai demorar algum tempo até que possam surgir efeitos mais pronunciad­os”, explicou.

Segundo argumenta, espera-se que em 2021 ocorra o regresso à normalidad­e, se bem que muito lentamente, com a reabertura da economia a acontecer na segunda metade do ano.

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DR Sector petrolífer­o deverá perder algum peso no cresciment­o

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