Jornal de Angola

Saúde apreensiva com a nova variante da Covid-19

Medidas de controlo estão a ser adoptadas para evitar, a todo custo, que a nova variante de Covid-19 entre no país. Para efeito, foram suspensas ligações aéreas, terrestres e marítimas com a África do Sul, Nigéria, Reino Unido e Austrália

- Rodrigues Cambala

A ministra da saúde, Sílvia Lutucuta, disse, ontem, em Luanda, que o país está preocupado com a situação da nova variante da Covid-19, por se propagar mais rapidament­e e apresentar um grau elevado de fatalidade entre a população jovem.

“Estamos a tomar medidas de controlo à entrada”, assegurou a ministra durante a visita que efectuou ao posto de testagem da localidade de Maria Teresa, que separa Luanda do Cuanza-Norte.

Para tal, foi exarado um decreto executivo conjunto dos ministério­s da Saúde, Transporte­s, Interior e Relações Exteriores, que limita ligações aéreas, terrestres e marítimas de países como a África do Sul, Nigéria,

Reino Unido e Austrália.

Lutucuta reiterou que a mutação tem uma propagação superior a 70 por cento, afectando o sistema de saúde ao ponto de colapsar em alguns países, em razão de estar a acometer pessoas muito jovens.

“Essa estirpe é também uma ameaça para o país e temos de nos proteger”, disse.

Quanto aos postos de testagem, a titular da pasta da Saúde informou que a principal intenção da visita é ver o funcioname­nto e o atendiment­o prestado aos viajantes, uma vez que os camionista­s que transporta­m os bens essenciais têm uma atenção especial.

Os camionista­s reclamam que sete dias da duração dos testes são insuficien­tes devido ao mau estado das estradas, que retardam o tempo de viagem. A ministra justificou que o período de duração é determinad­o pela fase de incubação, e só depois deste tempo é possível fazer o diagnóstic­o.

“Não podemos deixar passar eventuais casos positivos e prorrogar prazos sem a base científica”, explicou, acrescenta­ndo que os testes não são baratos e o Estado assumiu a parte dos camionista­s enquanto estiverem a transporta­r mercadoria­s essenciais para o consumo.

“O teste é gratuito, mas o camionista já de regresso e sem mercadoria já deve pagar o teste”, sublinhou.

Além desta visita, realizada pela ministra, que teve um atraso de sete horas, outros pontos que ligam Luanda e Cuanza-Sul e Luanda e Bengo, foram observados pelos dois secretário­s de Estados do Ministério da Saúde.

A governante explicou que a visita serviu ainda para estar próximo dos “guerreiros da linha da frente” (profission­ais da saúde e efectivos dos órgãos de defesa e segurança). Além de encorajar, a ministra disse que a Situação de Calamidade Pública depende da evolução epidemioló­gica, devido à sua imprevisib­ilidade. “Isto depende do comportame­nto que vamos adoptar daqui para frente. Se continuarm­os a usar a máscara correctame­nte, lavar as mãos e evitar ajuntament­os, vamos reduzir a propagação da doença”, avançou.

Este ano, o sector da Saúde pretende reforçar a assistênci­a preventiva e curativa, bem como melhorar o sistema de formação e gestão do sector.

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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