Pascal N’Guessan sai em liberdade provisória
Um dia a seguir à suspensão do diálogo entre o Governo e a oposição, autoridades anunciam eleições para Março
Um tribunal em Abidjan decidiu, quarta-feira, a libertação provisória - sob supervisão judicial - do líder da oposição, Pascal Affi N'Guessan, noticiou a AFP. O exPrimeiro-Ministro e líder do partido Frente Popular da Costa do Marfim foi preso no início de Novembro, poucos dias depois da eleição presidencial de 31 de Outubro e responde por cerca de 30 acusações, incluindo “conspiração contra a autoridade do Estado”, após a criação de um Conselho de Transição - que fundou com o ex-Presidente da Costa do Marfim, Henri Konan Bédié, e do qual ele foi o porta-voz na luta contra a reeleição inconstitucional do Presidente Alassane Ouattara para um terceiro mandato.
Enquanto isso, a Côte d'Ivoire marcou eleições legislativas para 6 de Março de 2021, foi anunciado em Abidjan um dia após o final de uma ronda de conversações entre o Governo e a oposição para aliviar a tensão política.
“Os colégios eleitorais foram convocados para 6 de Março para a eleição dos deputados para o mandato de 20212025”, disse o ministro ivoiriense da Comunicação, Sidi Toure, no final do Conselho de Ministros.
Os bloqueios permanecem no período que antecede as eleições parlamentares por causa da libertação dos líderes políticos presos após as eleições presidenciais de 31 de Outubro, o regresso dos exilados - incluindo o antigo Presidente Laurent Gbagbo - e a reestruturação da comissão eleitoral, que a oposição considera desequilibrada a favor do Governo, disse um líder da oposição, citado pela agência France Press, sob condição de anonimato.
A Frente Popular da Costa do Marfim (FPI), o partido do ex-Presidente Gbagbo e o segundo maior movimento de oposição, anunciou, na semana passada, que irá participar nas eleições legislativas, pela primeira vez, numa década.
O Partido Democrático da Côte d'Ivoire (PDCI), o principal movimento de oposição, ainda não fez qualquer declaração nesse sentido.
A violência eleitoral ligada às eleições presidenciais de 31 de Outubro por parte da oposição, que tinha apelado a uma campanha de desobediência civil, causou 85 mortos e mais de mil feridos entre Agosto e Novembro. O Presidente Alassane Ouattara foi reeleito para um terceiro mandato, que a oposição considera inconstitucional.