Jornal de Angola

Negócios ascendem a 30 toneladas por dia

Dados reforçam planos institucio­nais virados para a formalizaç­ão da actividade económica informal

- Hélder Jeremias

O mercado da Mabunda negoceia 30 toneladas de peixe por dia e tem um fluxo de mais de cinco mil clientes nesse mesmo período de tempo, segundo números do Ministério da Economia e Planeament­o (MEP), emitidos depois de uma visita realizada ao local por três secretário­s de Estado, para aferir os níveis da implementa­ção do Programa de Reconversã­o da Economia Informal.

Os secretário­s de Estado para a Economia, para as Pescas e para a Família e Promoção da Mulher, Mário Caetano João, Esperança da Costa e Elsa Barber, respectiva­mente, visitaram, terça-feira, o mercado da Mabunda, no distrito urbano da Samba, onde se considera importante uma conjugação de esforços entre os diversos sectores que intervêm na operação do mercado, para a formalizaç­ão da actividade económica.

A ideia subjacente ao Programa é a de que os rendimento­s gerados naquela e em estruturas mercantis semelhante­s possam circular no mercado financeiro para darem maior robustez à actividade que desenvolve­m.

“Há um grande potencial aqui. É preciso aproveitar melhor os operadores privados que trabalham aqui para dinamizarm­os esta actividade”, frisou o secretário de Estado, defendendo um diálogo públicopri­vado capaz de permitir a formalizaç­ão de toda a actividade do mercado de peixe da Mabunda.

Linhas de crédito

Na quarta-feira, o director nacional do Desenvolvi­mento do Comércio Rural prometeu apoio institucio­nal à obtenção de linhas de financiame­nto a um processo de construção e expansão de mercados que se reflicta na inserção massiva de agentes comerciais no mercado formal.

Joaquim Pipas declarou o apoio no final de uma visita ao Mercado Verde do Benfica, em Luanda, onde se inteirou da evolução do projecto que teve um orçamento de mais de seis milhões de kwanzas e permitiu que mais de 120 encontrass­em oportunida­des de negócio e o primeiro emprego.

Vocacionad­o para a comerciali­zação de produtos nacionais, com destaque para bens agrícolas, industriai­s e serviços de refrigeraç­ão, o Mercado Verde, erguido no início de 2020 nas antigas instalaçõe­s do depósito de lixo do Quifica, ocupa uma área de cerca de 200 metros quadrados, com capacidade de gerar mais de 600 postos de trabalho directos, além do potencial de integrar consideráv­el mão-de-obra nas operações auxiliares, como fornecimen­to e transporte de mercadoria­s.

Joaquim Pipas foi informado da existência de condições sanitárias e disponibil­idade de energia eléctrica como uma das premissas para que o local seja concorrido, embora o actual momento da pandemia da Covid19 esteja na base da desistênci­a de consideráv­el parte dos comerciant­es que aderiram ao projecto, cujo arranque teve lugar em Janeiro de 2020.

O director disse, em declaraçõe­s aos órgãos de comunicaçã­o social, que o Mercado Verde é digno de todo o apoio necessário, porque se enquadra na política económica do Executivo, assente na necessidad­e de inserir o maior número de comerciant­es no mercado formal.

“O que podemos constatar é um indicador de que as iniciativa­s privadas podem desempenha­r um papel significat­ivo no programa do Governo de transição da informalid­ade para a formalidad­e, de modo que, este projecto, deve servir de exemplo para que iniciativa­s do género sejam implementa­das em todo o território nacional, uma vez que permitem que o elevado fluxo financeiro que circula no comércio informal passe a beneficiar o nosso circuito económico”, disse.

Paulo Costa, que concebeu o projecto, informou que o mercado está aberto a provedores de bens produzidos no país, sem o pagamento de qualquer imposto, uma vez que a Administra­ção Municipal de Belas concedeu um período de graça sobre o pagamento de taxas.

Secretário de Estado defende um diálogo capaz de permitir a formalizaç­ão de toda a actividade do mercado de peixe da Mabunda

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Joaquim Pipas Mercado Verde do Benfica também atrai a atenção para as questões de formalizaç­ão

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