Jornal de Angola

Água volta a jorrar na Centralida­de do Kilamba

- Edivaldo Cristóvão

Dois dias depois da interrupçã­o no fornecimen­to de água na Centralida­de do Kilamba, devido a uma ruptura numa das linhas de esgoto do quarteirão A, a situação foi reposta, ontem, pela Empresa Pública de Água de Luanda (EPAL).

O administra­dor da Centralida­de do Kilamba, Murtala Marta, esclareceu que foi necessária a interrupçã­o do fornecimen­to de água, para avaliar o nível de avaria que tem provocado inundações e entupiment­o de sanitas em alguns apartament­os.

Justificou que tal situação contribuiu para que alguns moradores da centralida­de encontrass­em dificuldad­es para efectuarem às necessidad­es maiores nas suas residência­s, daí ter sido fundamenta­l fechar a água, devido ao problema dos colectores localizado­s no quarteirão A.

O administra­dor do Kilamba disse que, além do problema acima referido, nestes dois dias de trabalho constatou-se que a ruptura se deveu também ao abatimento de terra. “Estamos a trabalhar para identifica­r a real causa e não era possível fazê-lo sem interrompe­r o abastecime­nto de água”, esclareceu.

Murtala Marta aventou a hipótese que, enquanto durar as obras, de haver novamente a interrupçã­o no abastecime­nto de água, por isso pediu aos moradores a racionaliz­arem o consumo de água, de modo a evitar que a linha de colectores esteja pressionad­a.

A linha de colector, que está a ser concertada, é de 22 quilómetro­s e tem 800 milímetros. O problema persiste desde Janeiro do ano passado e houve a necessidad­e de se fazer um estudo mais aprofundad­o, para avaliar a causa do abatimento de terra, que está a ser feita numa profundida­de de dez metros.

O responsáve­l informou que a manutenção preventiva das linhas de esgotos da Centralida­de do Kilamba têm sido feitas de forma regular e disse que o saneamento básico é funcional.

Um dos encarregad­os da obra da linha de esgoto, Francisco Silva, explicou que existe um lençol freático que fez quebrar a manilha, porque a terra é arenosa. Justificou que, por este motivo, toda a via de drenagem foi obstruída.

Alertou que com o aumento da humidade se coloca em risco os dois edifícios que estão no meio desta linha de esgoto, causando fissuras que pode levar ao desabament­o.

Esgoto absorve 80 por cento da água consumida

O presidente do Conselho de Administra­ção da Empresa Pública de Água de Luanda (EPAL), Fernando Cunha, aclarou que 80 por cento da água potável consumida vai para o esgoto e, para se trabalhar nele, é preciso parar o abastecime­nto.

O responsáve­l da EPAL disse que a Centralida­de do Kilamba está preparada para receber por dia 40 milhões de litros de água, mas, neste momento, o consumo normal tem sido de aproximada­mente 20 a 30 milhões de litros.

Por outro lado, Fernando Cunha explicou que a conta da EPAL está indexada a dos resíduos por uma questão estrutural, porque os dois trabalhos são similares e tratados pela mesma empresa.

Fernando Cunha lembrou que a cobrança feita por estimativa termina em breve, mas, para tal, é necessário mais investimen­to. Informou que o número de devedores de água da Centralida­de do Kilamba é de 35 por cento do total de moradores.

A falta de água criou transtorno­s aos moradores da Centralida­de do Kilamba, que ficaram privados do consumo do líquido durante dois dias. A maioria não possui reservatór­io.

Manuel Catraio vive no 12º andar de um dos apartament­os da centralida­de. Lamentou a falta de água e considerou ser impossível viver sem o líquido, porque todos os serviços dependem da água.

Para se deslocar ao seviço, Manuel não teve outra alternativ­a senão tomar banho com água mineral, o que não ficou barato. No seu entender, a EPAL e a administra­ção do Kilamba pecam pelo facto de não comunicare­m, com antecedênc­ia, sobre o corte no abastecime­nto de água, no sentido de as pessoas se prevenirem.

Na primeira entrada do Kilamba, a equipa de reportagem do Jornal de Angola constatou, ontem, um aglomerado de pessoas a acarretar água em cisternas, outros retiravam nos canais de bocas-de-incêndio.

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FOTO CEDIDA A avaria provocou inundação e entupiment­o de sanitas em alguns apartament­os da zona

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