Ministério reforça aposta nas casas de cultura do país
A reanimação das casas de cultura, por meio do projecto “Somos Angola, Somos Cultura” é uma das principais apostas do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente, para o próximo ano, disse, na quarta-feira o titular da pasta, Jomo Fortunato, durante os cumprimentos de fim de ano.
Durante o discurso, o ministro informou que a recuperação das casas de cultura vai abrir as portas para a privatização de certos sectores culturais, constituindo, desta forma, pequenas empresas. O projecto, adiantou, inclui a realização de ciclos de debates e de formação, para dar outra dinâmica às artes e os criadores angolanos.
Os debates e a formação, continuou, vão ser ministrados pelos próprios gestores dos espaços culturais, que doravante não serão apenas local de “fluidez cultural”, mas também de estreita ligação com a acção cultural.
Os espaços, explicou, vão ser um ponto de encontro para os jovens debaterem sobre assuntos da actualidade sobre as artes, a indústria gráfica e o papel das novas tecnologias em todo processo. “A ideia é juntar a tradição e as novas tecnologias, para garantir um diálogo permanente com o mundo. É importante que o país esteja nas principais agendas culturais internacionais. Precisamos trabalhar neste sentido e estar preparados para o pós Covid-19”, justificou.
Acções articuladas
Quanto à realização das acções articuladas com a União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC) e dos Artistas Plásticos (UNAP), Jomo Fortunato destacou que o foco vai, principalmente, para os artistas doentes, disse. “O Marito Arcanjo abriu esta campanha. Agora, a ideia é criar condições e começar a prevenir mortes repentinas de artistas angolanos enfermos. É uma acção que abrange todos criadores nacionais.”
O ministro disse que para tal vão ser criadas estruturas consolidadas e funcionais. “Queremos trabalhar de forma multissectorial, envolvendo outros departamentos ministeriais, que podem dar o seu contributo na salvaguarda social dos artistas para que possam ter maior dignidade”.
A criação de um observatório é outro dos projectos do ministério, que procura assim dar soluções para incluir o país nos principais eventos culturais internacionais, de forma a promover a imagem do país pelo mundo. “Temos que trabalhar em conjunto para alcançar esse objectivo”.
Projectos vindouros
Outro espaço a ser melhor aproveitado, para Jomo Fortunato é o novo Arquivo Nacional de Angola (ANA), que precisa se tornar um “local de fruição cultural de determinados géneros da arte e da música.”
Os desafios do novo ano do ministério, acrescentou, incluiu, ainda, o debate público em torno da proposta de Lei sobre as Línguas Nacionais, visando reunir consensos e contribuições para este importante diploma identitário, de salvaguarda da herança linguística, a ser levado à aprovação.
A conclusão e apresentação do diagnóstico sobre as Indústrias Culturais e Criativas, assim como o estabelecimento de parcerias para a efectiva implementação da Política do Livro e da Leitura, a aprovação da Proposta da Lei sobre as instituições do Poder Tradicional, estão, igualmente, entre as prioridades.
Além destes temas, o ministério, disse, vai também trabalhar em torno da preparação do dossier de candidatura do sítio da Batalha do Cuito Cuanavale a Património da Humanidade e do Plano de Desenvolvimento Nacional.