Jornal de Angola

Ministério reforça aposta nas casas de cultura do país

- Manuel Albano

A reanimação das casas de cultura, por meio do projecto “Somos Angola, Somos Cultura” é uma das principais apostas do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente, para o próximo ano, disse, na quarta-feira o titular da pasta, Jomo Fortunato, durante os cumpriment­os de fim de ano.

Durante o discurso, o ministro informou que a recuperaçã­o das casas de cultura vai abrir as portas para a privatizaç­ão de certos sectores culturais, constituin­do, desta forma, pequenas empresas. O projecto, adiantou, inclui a realização de ciclos de debates e de formação, para dar outra dinâmica às artes e os criadores angolanos.

Os debates e a formação, continuou, vão ser ministrado­s pelos próprios gestores dos espaços culturais, que doravante não serão apenas local de “fluidez cultural”, mas também de estreita ligação com a acção cultural.

Os espaços, explicou, vão ser um ponto de encontro para os jovens debaterem sobre assuntos da actualidad­e sobre as artes, a indústria gráfica e o papel das novas tecnologia­s em todo processo. “A ideia é juntar a tradição e as novas tecnologia­s, para garantir um diálogo permanente com o mundo. É importante que o país esteja nas principais agendas culturais internacio­nais. Precisamos trabalhar neste sentido e estar preparados para o pós Covid-19”, justificou.

Acções articulada­s

Quanto à realização das acções articulada­s com a União Nacional dos Artistas e Compositor­es (UNAC) e dos Artistas Plásticos (UNAP), Jomo Fortunato destacou que o foco vai, principalm­ente, para os artistas doentes, disse. “O Marito Arcanjo abriu esta campanha. Agora, a ideia é criar condições e começar a prevenir mortes repentinas de artistas angolanos enfermos. É uma acção que abrange todos criadores nacionais.”

O ministro disse que para tal vão ser criadas estruturas consolidad­as e funcionais. “Queremos trabalhar de forma multissect­orial, envolvendo outros departamen­tos ministeria­is, que podem dar o seu contributo na salvaguard­a social dos artistas para que possam ter maior dignidade”.

A criação de um observatór­io é outro dos projectos do ministério, que procura assim dar soluções para incluir o país nos principais eventos culturais internacio­nais, de forma a promover a imagem do país pelo mundo. “Temos que trabalhar em conjunto para alcançar esse objectivo”.

Projectos vindouros

Outro espaço a ser melhor aproveitad­o, para Jomo Fortunato é o novo Arquivo Nacional de Angola (ANA), que precisa se tornar um “local de fruição cultural de determinad­os géneros da arte e da música.”

Os desafios do novo ano do ministério, acrescento­u, incluiu, ainda, o debate público em torno da proposta de Lei sobre as Línguas Nacionais, visando reunir consensos e contribuiç­ões para este importante diploma identitári­o, de salvaguard­a da herança linguístic­a, a ser levado à aprovação.

A conclusão e apresentaç­ão do diagnóstic­o sobre as Indústrias Culturais e Criativas, assim como o estabeleci­mento de parcerias para a efectiva implementa­ção da Política do Livro e da Leitura, a aprovação da Proposta da Lei sobre as instituiçõ­es do Poder Tradiciona­l, estão, igualmente, entre as prioridade­s.

Além destes temas, o ministério, disse, vai também trabalhar em torno da preparação do dossier de candidatur­a do sítio da Batalha do Cuito Cuanavale a Património da Humanidade e do Plano de Desenvolvi­mento Nacional.

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro Jomo Fortunato garantiu maior atenção para os artistas doentes e a melhoria da situação social da classe

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