Jornal de Angola

Um ano de muitos desafios

- Bernardino Manje

Este ano de 2021 afigurase como de grandes desafios para os actores políticos nacionais, pelas tarefas que, em princípio, devem ser realizadas em prol do país. Além das acções para mitigar a crise económica e financeira, o Executivo deve dar continuida­de às medidas para combater a Covid-19.

Apesar de, nas últimas semanas, assistirmo­s à redução, de três para dois dígitos, do número de casos de pessoas infectadas com o novo coronavíru­s, as medidas de prevenção devem continuar, sob pena de assistirmo­s, novamente, à uma subida vertiginos­a dos números de novas infecções. Até porque, segundo analistas, a redução no número de casos também tem a ver com a baixa na testagem

O ano 2021 afigura-se como de grandes desafios para os actores políticos nacionais, pelas tarefas que, em princípio, devem ser realizadas em prol do país.

Além das acções para minimizar a crise económica e financeira, agudizada com a Covid-19, o Executivo angolano deverá dar continuida­de às medidas que visam prevenir e combater a pandemia, pois é certo que ela ainda vai estar presente entre nós nos próximos meses, mesmo com o surgimento de vacinas.

Apesar de, nas últimas semanas, assistirmo­s à redução, de três para dois dígitos, do número de casos de pessoas infectadas com o novo coronavíru­s, as medidas de prevenção devem continuar, sob pena de assistirmo­s, novamente, à uma subida vertiginos­a dos números de novas infecções. Até porque, segundo analistas, a redução no número de casos também tem a ver com a baixa na testagem.

O novo ano deverá ser, também, decisivo para o Parlamento, que, depois da aprovação, em Dezembro, do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2021, tem a tarefa de concluir a discussão e votação do Pacote Legislativ­o Autárquico, para a implementa­ção do Poder Local, algo que a sociedade civil e os partidos, sobretudo os da oposição, vêm reclamando e que tem sido um dos motes para as manifestaç­ões na via pública.

A oposição acusa o Executivo de não estar interessad­o na implementa­ção das autarquias, por, alegadamen­te, ter receio de perder o controlo do poder local, mas, quer o Presidente da República, quer o MPLA, partido que sustenta o Governo, negam, categorica­mente, as acusações.

O Presidente da República, a quem cabe a convocação das eleições, afirmou várias vezes que isso dependia da aprovação de todo o Pacote Legislativ­o Autárquico. O MPLA, por sua vez, lembra que venceu todas as eleições realizadas até agora no país, afirmando que não seria agora que iria temer o desafio das urnas. Tal como o Presidente João Lourenço, o partido no poder pede calma, garantindo que, ao seu tempo, o país terá autarquias.

O líder do Parlamento, Fernando da Piedade Dias dos Santos, afirmou, em Outubro, na sessão de abertura do novo ano parlamenta­r, que, além da aprovação do OGE de 2021, o foco no novo ano legislativ­o seria para a aprovação das leis que faltam para formar o pacote autárquico.

A incógnita, para já, continua a ser a data da realização das eleições autárquica­s, porque, lá está, as leis ainda não estão todas aprovadas.

Em Novembro, durante um encontro com representa­ntes de associaçõe­s juvenis, o Presidente João Lourenço, cauteloso, evitou compromete­r-se a arriscar uma data para as autárquica­s. João Lourenço lembrou que ainda falta aprovar peças do pacote legislativ­o, entre as quais uma lei polémica, a da institucio­nalização das autarquias, face às posições antagónica­s entre os que defendem o gradualism­o (Executivo/MPLA) e os que pretendem eleições simultânea­s, em todos os municípios (toda a oposição parlamenta­r).

Ou seja, o Presidente da República deixou-nos entender que a discussão daquela lei poderá consumir algum tempo, pelo que não é prudente avançar agora um horizonte temporal.

No início da segunda quinzena de Dezembro, o grupo parlamenta­r do MPLA, na voz do seu presidente, compromete­u-se a trabalhar para que a Lei sobre a Institucio­nalização das Autarquias seja aprovada por consenso. Indo na mesma linha de pensamento do Presidente João Lourenço, Américo Cuononoca admitiu que se trata de uma proposta em que há divergênci­as entre o Executivo e a oposição. "Haverá a necessidad­e de termos reuniões de consensos e cedências, para a aprovação do diploma”, defendeu.

Com, estes factos, na nossa óptica, só até ao final do primeiro semestre deste ano será possível ter uma indicação de quando podem acontecer as eleições autárquica­s.

Entretanto, quanto a nós, não está descartada a hipótese de as autárquica­s virem a ser realizadas apenas em 2022, em simultâneo com as eleições gerais, por razões económicas, pois, assim, poupar-se-iam recursos financeiro­s, num momento em que estes escasseiam. Esta eventual decisão deverá, entretanto, ser antecedida de conversaçõ­es para convencer a oposição de que não se trata de uma manobra dilatória.

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