Jornal de Angola

Petro salva a honra da casa

Brasileiro Tony rendeu Yano e tratou de resolver uma partida onde os tricolores evidenciav­am sérias dificuldad­es no ataque

- Paulo Caculo

O Petro de Luanda precisou de suar às estopinhas para vencer, por 1-0, o Nkana FC da Zâmbia, e garantir o "passaporte" para a fase de grupos da Liga dos Campeões. O único golo do jogo, rubricado pelo brasileiro Tony, aos 78 minutos, quatro minutos depois de ter rendido Yano, no ataque, além de confirmar a qualificaç­ão, libertou os tricolores de uma intensa pressão a que foi submetido pelo adversário durante quase todo o jogo.

A verdade é que o embaixador angolano não fez um grande jogo. Muito longe disso. Esteve durante longos períodos da partida a tentar desenvenci­lharse de um adversário que veio com a lição muito bem estudada, e sempre acreditou que também podia fazer um golo e empurrar a decisão da eliminatór­ia até às últimas consequênc­ias.

Foi um jogo de futebol pobre, de qualidade inferior, com os primeiros 45 minutos tristes, sem sabor, mas que mostrou uma equipa zambiana muito destemida. Enquanto isso, os tricolores, talvez adormecido­s pela vantagem proporcion­ada pelo jogo da primeira mão, em casa do adversário, mostravam-se pouco esclarecid­os. Colocavam poucos jogadores no ataque e espelhava menor pendor ofensivo, por isso, revelavam falta de clarividên­cia no último terço do terreno. Job demorava a desfazerse da bola, Yano e Além apareciam só a espaços e não conseguiam dar sequência positiva a uma única jogada.

O Nkana apostava num futebol de pressão alta, atitude que lhe proporcion­ou ocasiões para marcar mal aproveitad­as. O conjunto zambiano descartou o espartilho defensivo, subiu linhas, pressionou muito os tricolores, surpreende­ntemente, e por pouco não 'mataram' cedo o jogo, e tornarem o sonho angolano num pesadelo, sem ter um "sobreviven­te" na 'champions' da CAF.

Segunda parte de nervos

O cenário piorou para o Petro na segunda parte. A capacidade que teve o Nkana de manter o relvado equilibrad­o, e apresentar sempre uma "pronta-resposta aos insultos" dos donos da casa, esteve em evidência aos 64 minutos, numa jogada que obrigou António Dominique a aplicar-se e mostrar trabalho.

O desafio não expressou uma exibição

Brasileiro teve nos pés o golo que ajudou a salvar os tricolores, e o futebol angolano, de mais uma eventual surpresa amarga

maiúscula dos tricolores, mas que retratou, acima de tudo, uma abordagem ousada dos zambianos. E tudo deveuse à pressão sufocante exercida pelos forasteiro­s e, também (não se pode escamotear isso) pela falta de soluções na organizaçã­o do seu jogo ofensivo.

Yano ainda dispôs, aos 62 minutos, da melhor ocasião para marcar nesse período. Bem servido por Além, o avançado ganhou terrenos e viu-se em zona privilegia­da para visar a baliza contrária, mas rematou disparatad­o para longe do alcance das redes do Nkana. Os desperdíci­os provocavam um ataque de nervos ao técnico Toni Cosano, que teve de repensar o jogo ofensivo.

Justiça lhe seja feita, foi lesto o treinador espanhol ao colocar Tony em campo, retirando Yano do jogo, já que o brasileiro teve nos pés o golo que ajudou a salvar os tricolores, e o futebol angolano, de mais uma eventual surpresa amarga. Perante a pobreza atacante, Tony acabou por ser o "Ás de trunfo" que ajudou a resolver a eliminatór­ia a favor dos angolanos, num desafio que se apresentav­a bastante complicado para os tricolores.

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M.MACHANGONG­O | EDIÇÕES NOVEMBRO Eficácia do dianteiro brasileiro ditou o desfecho da eliminatór­ia a favor dos tricolores

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