Jornal de Angola

Vencedor destituído reage a decisão do júri

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Em reacção à decisão do júri da retirada do prémio literário António Jacinto, edição 2020, o vencedor destituído, Lourenço Mussango, argumentou: “Tanto o júri como o INIC não fizeram nenhuma avaliação das provas materiais para se chegar à conclusão de quem plagiou quem”, acrescenta­ndo que o júri “limitouse a considerar o facto de o jovem brasileiro publicar a obra um ano antes, descartand­o o facto de que os excertos (os das confluênci­as morfossint­ácticas) estiveram públicos no nosso Facebook em 2017, antes de este ter publicado o seu livro.”

O deposto entende que o júri “decidiu demarcar-se para salvaguard­ar a imagem do INIC e, como afirmam, do Executivo”, tendo lamentado a maneira como a situação foi tratada, sem nunca o terem contactado.

Mussango assegurou que o percurso dentro da Instituiçã­o Literatura Angolana “atesta a nossa seriedade e idoneidade, jamais seríamos a favor de práticas que lesam o universo das letras angolanas. Portanto, enquanto escritor e editor de livros continuare­mos a contribuir para o cresciment­o da cultura nacional.”

Diferente da deliberaçã­o precipitad­a da acta do júri, Lourenço Mussango constatou que no comunicado do INIC “não me foi retirada a possibilid­ade de voltar a concorrer a qualquer outro prémio nacional. Acreditamo­s que essa foi a decisão mais sensata do INIC.”

Questionad­o quanto à edição do livro, Lourenço Mussango disse: “Não. Não me vai criar qualquer constrangi­mento. Pelo que sei, o livro vai ser retirado de circulação. Porém, dada a procura, estou a cogitar a ideia de editar a obra com a chancela da ‘Asas de Papel Editora’”.

Em relação aos prémios, disse que vai continuar a trabalhar porque tem a certeza de que “os meus futuros livros darão mostra do nosso talento. Até ao momento não entrei em contacto com os valores no banco. Ou seja, em momento algum fui ao banco para ver se os valores já estão na minha conta. Portanto, isso não será um problema. Os valores devem estar lá, intactos”, concluiu.

O Jornal de Angola, até ao fecho da edição, tentou contactar o escritor brasileiro Paulo Cantarelli, via Whatsapp, sem sucesso, prometendo trazer a sua reacção tão-logo seja possível.

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