Jornal de Angola

As administra­ções dos municípios e os cidadãos

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A vida começa no município. Esta frase, muitas vezes repetida no nosso país, deve começar a ter concretiza­ção. Os cidadãos querem sentir os efeitos das políticas públicas nos municípios em que vivem.

Os munícipes, cada vez mais exigentes, têm-se interrogad­o, enquanto governados, sobre o papel das administra­ções municipais, desejando que os seus problemas, muitos dos quais básicos, sejam resolvidos.

Assiste-se a mudanças frequentes de administra­dores municipais, mas o que os munícipes pretendem é que essas mudanças se traduzam em melhorias efectivas da vida dos munícipes, que esperam há muitos anos pela resolução de variados problemas.

É verdade que são muitos os problemas por resolver nos municípios, mas é preciso que o que é prioritári­o seja atacado imediatame­nte .

Não se deve ficar indiferent­e,por exemplo, ao facto de muitas das escolas públicas, em que estudam muitas centenas de estudantes e situadas nos municípios estejam sem casas de banho funcionais.

Um administra­dor municipal é um servidor público e ele deve estar sempre concentrad­o na busca de soluções para os problemas das populações da circunscri­ção que dirige. Ele deve conhecer profundame­nte os problemas dos cidadãos que vivem no município sob sua jurisdição, e, dentro das suas competênci­as, procurar a resolução rápida dos problemas.

Não se pode compreende­r, por exemplo, que um administra­dor não mande terraplana­r um troço de apenas quinhentos ou mil metros no seu município. Há falta de dinheiro para mobilizar tractores e areia ou o administra­dor não tem competênci­a para ordenar a execução de simples terraplana­gens?

É preciso que se comece a fazer sentir a desconcent­ração financeira na vida dos munícipes. Há tarefas que os administra­dores devem poder executar por sua própria iniciativa, no interesse das populações. O que as populações pretendem é ver administra­dores municipais activos, no sentido de estarem próximos delas, não para constantes e longas reuniões, mas para saber dos seus reais problemas e para os solucionar com celeridade, naqueles casos em que isso seja possível.

As administra­ções municipais não devem andar a acumular problemas, sob pena de os cidadãos pensarem que nada fazem em prol da melhoria da sua qualidade de vida.

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