Cabinda sem circulação comunitária do vírus
do aumento exponencial de casos positivos do novo coronavírus que se tem registado nos últimos dias, na província de Cabinda ainda não existe circulação comunitária, garantiu ontem, nesta cidade, o secretário de Estado para a Saúde Pública.
Franco Mufinda, que falava à imprensa, no termo de uma visita de trabalho de três dias à província, onde avaliou o quadro epidemiológico e o processo de testagem massiva à Covd-19, disse que dos três mil testes previstos, foram realizados 2.990, dos quais apenas quatro deram positivo à Covid-19, correspondendo a 0,1 por cento.
O secretário de Estado da Saúde mostrou-se satisfeito com o resultado, sublinhando que isso deve-se, sobretudo, à estratégia adoptada pelas autoridades sanitárias locais relativamente às medidas de prevenção e tratamento dos casos. “Descartamos, por enquanto, a possibilidade da circulação comunitária do vírus na província de Cabinda”, disse Franco Mufinda.
De acordo com o secretário de Estado, até ao momento, a província de Luanda é a única do país com circulação comunitária do vírus e se enquadra no nível 4, sublinhando que as demais mantêm-se no nível três.
As autoridades sanitárias da província têm realizado um “bom” trabalho, elogiou Franco Mufinda, que anunciou a partir de hoje a realização de uma acção de formação destinada aos técnicos locais, para o aprimoramento de conhecimentos sobre a biossegurança, gestão de casos, vigilância sanitária e epidemiológica.
Segundo o governante, a formação decorrerá até sextafeira e será ministrada por técnicos do Instituto Nacional de Investigação em Saúde (INIS) e da Direcção Nacional da Saúde Pública.
Franco Mufinda manifestou-se, entretanto, preocupado com a taxa de letalidade da doença na província, que está na ordem de 3.1 por cento, número considerado muito alto “comparativamente à taxa nacional, que é de 2.3 por cento".
"É preciso trabalhar muito mais para se evitar as mortes resultantes da Covid-19, fundamentalmente de pessoas com múltiplas cormobilidades", referiu.
O secretário de Estado exortou as autoridades sanitárias locais a promoverem acções de sensibilização junto das populações.
“O que leva à morte sobretudo é a associação entre a Covid-19 e outras patologias, nomeadamente doenças cardiovasculares, diabetes, insuficiência renal” disse. Acrescentou que se a pessoa for atempadamente ao hospital a morte poderá não ocorrer.
Em Cabinda, o secretário de Estado para a Saúde Pública visitou determinadas unidades sanitárias, incluindo o Depósito Central de Medicamentos, e constatou as condições que a província possui, em termos de cadeia de frio, para o acondicionamento de vacinas nos próximos dias.
Afirmou que mais de seis milhões de cidadãos serão vacinados em todo o país e o Ministério da Saúde já trabalha na aquisição de frigoríficos para a conservação de vacinas.
Em Cabinda mais de 700 pessoas estão infectadas.