Jornal de Angola

Longas filas por um atestado

- Adolfo Mundombe / Huambo

As primeiras horas da manhã de ontem, segunda-feira, na administra­ção do Huambo, foram marcadas por um aglomerado de jovens a solicitar a emissão do Atestado de Residência para o acesso ao concurso público, como auxiliar de limpeza, no Ministério da Educação.

Num cenário de desordem, em que as regras de biossegura­nça foram completame­nte ignoradas, centenas de jovens tiveram de suportar longas filas para, no mínimo, proceder à entrega do Bilhete de Identidade para emissão do Atestado de Residência, uma situação considerad­a de “falta de coordenaçã­o” entre o Ministério e as Administra­ções Municipais.

“O sensato seria, neste processo, em função da pandemia da Covdi-19, primeiro as pessoas fazerem as inscrições e, depois de apuradas, procederem à entrega de outros documentos, como os atestados de residência e médico”, disse Francisco Guerra, de 21 anos, estudante da nona classe, que procura pelo primeiro emprego.

“Assim não está nada bom! Ninguém quer respeitar o distanciam­ento físico. Todos querem ser atendidos ao mesmo tempo”, acrescento­u o jovem, sem, no entanto, deixar de enaltecer a “abertura do Executivo ao lançamento deste concurso para colocar mais pessoas a trabalhar”, num período em que se regista o encerramen­to de muitas empresas e aumenta o desemprego, devido à Covid-19.

Mário Kalitangui, outro jovem ouvido pelo Jornal de Angola, disse que “as culpas pelas aglomeraçõ­es” não devem ser atribuídas aos utentes, mas, sim, à área de atendiment­o dos pedidos de atestados de residência, da administra­ção do Huambo, que “deve procurar ser mais eficiente” em dar resposta às solicitaçõ­es.

“A Administra­ção, após o anúncio do concurso público, devia já ensaiar um sistema para prevenir estas situações, de enchentes e desordem, de forma a que o atendiment­o decorresse com normalidad­e”, obedecendo sempre as medidas de prevenção contra a Covid-19.

A entrega a posterior dos atestados de residência e médico, assim que apurados e assinados os contratos, seria, na opinião de Juliana Albertina, uma “melhor solução” para evitar as enchentes, que “não ajudam a travar a propagação da doença” na província do Huambo.

Lázaro de Castro considerou que estes ajuntament­os "não são recomendáv­eis”, apelando à Administra­ção Municipal do Huambo a criar condições para atender os utentes sem violação das regras sanitárias. "Precisamos trabalhar. Mas, antes de tudo, precisamos de ter saúde, pois não se sabe quem é quem”, rematou.

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