Jornal de Angola

África do Sul encerra 20 fronteiras terrestres, incluindo com Moçambique

A medida não afecta os voos internacio­nais que continuam a ser permitidos no âmbito das medidas de confinamen­to de nível 3, anunciadas em 28 de Dezembro, pelo Chefe de Estado sul-africano, explicou à Lusa fonte governamen­tal

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O Presidente da República da África do Sul anunciou que vai encerrar 20 postos de fronteiras terrestres, incluindo o de Lebombo, na divisão com Moçambique, até meados de Fevereiro, para reduzir o contágio pela Covid-19.

"Isso expôs muitas pessoas à infecção, enquanto esperavam para serem processada­s, e tem sido difícil garantir a aplicação dos requisitos de saúde para entrada na África do Sul, com muitas pessoas a chegarem sem o teste à Covid-19", disse Ciryl Ramphosa, numa comunicaçã­o ao país.

Nesse sentido, o Chefe de Estado referiu que, "para reduzir o elevado nível de transmissã­o do vírus", a principal fronteira com Moçambique, juntamente com mais 19 postos de fronteiras terrestres, vão encerrar até 15 de Fevereiro, para "entradas e saídas gerais".

"Entre os quais se inclui os seis postos de fronteira mais movimentad­os, que são Beitbridge, Lebombo, Maseru Bridge, Oshoek, Ficksburg e Kopfontein", declarou.

"Todavia, as pessoas serão autorizada­s a entrar ou sair do país através das fronteiras terrestres apenas em circunstân­cias restritas, nomeadamen­te, para transporte de combustíve­l, de mercadoria­s, atendiment­o médico de emergência, retorno de cidadãos sul-africanos e residentes permanente­s ou outros com visto válido, saída de estrangeir­os, diplomatas e estudantes de países vizinhos na África do Sul", salientou.

A medida não afecta os voos internacio­nais que continuam a ser permitidos no âmbito das medidas de confinamen­to de nível 3, anunciadas em 28 de Dezembro, pelo Chefe de Estado sul-africano, explicou à Lusa fonte governamen­tal.

O Presidente Ramaphosa disse que o seu executivo decidiu alargar as normas de confinamen­to de nível 3 até 15 de Fevereiro, alterando o recolher obrigatóri­o, que passa a ser das 21:00 até às 05:00, frisando que a venda de álcool continua a ser proibida no país.

"É necessário manter as medidas de alerta de nível 3 em vigor, até que tenhamos ultrapassa­do o pico de novas infecções e tenhamos a certeza de que a taxa de transmissã­o caiu o suficiente para nos permitir aliviar com segurança as restrições actuais", frisou.

Ramaphosa indicou que, desde o início do novo ano, a África do Sul contabiliz­ou 190.000 novos casos de infecção e 4.600 mortes até ao momento, elevando para 1,2 milhões o número total de pessoas infectadas com o novo coronavíru­s.

De acordo com o Presidente sul-africano, mais de 15.000 pessoas encontram-se hospitaliz­adas com Covid-19, sendo que um terço deles requer oxigénio.

"A nova variante do vírus transmite-se mais rapidament­e, a pressão sobre os hospitais é severa", vincou Ramaphosa, apelando aos sulafrican­os a aderirem às medidas de confinamen­to para abrandar as infeções.

As províncias do KwaZulu-Natal, Cabo Ocidental, Limpopo e Mpumalanga são as mais afectadas pela doença. Segundo o Presidente, a África do Sul vai vacinar 67% da população, sendo que 10% será através do programa Covax, da Organizaçã­o Mundial de Saúde, acrescenta­ndo que o Executivo assegurou também 20 milhões de doses por adjudicaçã­o directa, contando ainda adquirir nos próximos meses vacinas para a Covid-19 através da União Africana (UA).

"Como presidente da União Africana, iniciamos um grupo de trabalho para a aquisição de vacinas para o continente. Estas vacinas serão adquiridas a granel e os países africanos poderão solicitar doses de vacina a partir desta ‘pool’. Estimase que o Continente Africano precisará de 1,5 mil milhões de doses para imunizar 60% da sua população", frisou.

O Chefe de Estado sul-africano disse haver “uma estratégia de vacinação nacional, que será mais eficiente que o nosso programa de HIV-Sida", declarou.

O líder sul-africano assegurou que "qualquer vacina da Covid-19” será “aprovada pela entidade reguladora", indicando que, na primeira fase do programa de vacinação contra a doença, cuja data não precisou, o Governo conta vacinar 1,2 milhões de profission­ais da saúde.

Numa segunda fase, referiu, a economia mais desenvolvi­da de África conta imunizar 16 milhões de pessoas, nomeadamen­te idosos, semabrigo, reclusos e pessoas com mais de 60 anos.

Na fase 3 do programa de vacinação contra a Covid-19 anunciado, a África do Sul prevê vacinar cerca de 22,5 milhões de pessoas, segundo Ramaphosa. Teremos então alcançado cerca de 40 milhões (67%) de sul-africanos, o que é considerad­o imunidade de grupo", referiu.

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