Jornal de Angola

“Kissassund­a defendeu governação honesta”

- Jaquelino Figueiredo | Mbanza Kongo

O governador do Zaire considerou, ontem, em Mbanza Kongo, o nacionalis­ta Ludy Kissassund­a como um grande conselheir­o e que sempre defendeu uma governação honesta.

O nacionalis­ta, general na reserva e ex-governador do Zaire, faleceu no dia 6 de Janeiro, em Portugal, aos 88 anos. Pedro Makita escreveu no livro de condolênci­as, durante a cerimónia de homenagem realizada no anfiteatro do 2º Edifício do Governo local, que vai continuar a pôr em prática os ensinament­os e conselhos sobre como servir, de forma honesta, Angola e os angolanos. “Adeus! Nacionalis­ta, general, ex-governador, conselheir­o e ancião. Que a vossa alma descanse em paz”, escreveu Pedro Makita, no livro de condolênci­as.

Ludy Kissassund­a, natural da comuna do Kinzau, município do Tomboco, é considerad­o uma figura incontorná­vel da história da Luta de Libertação Nacional, defensor dos valores nacionalis­tas e da Independên­cia Nacional, pois cedo aderiu à clandestin­idade, tendo ingressado primeiro à UPA e, depois, ao MPLA, onde teve participaç­ão activa nas tarefas de mobilizaçã­o e acção político militar antes da Independên­cia.

O antigo administra­dor municipal do Nóqui, João Massampo, disse que o malogrado, enquanto governador, entre 1995 e 2004, teve um papel importante na criação de condições básicas para as populações, apesar de ter governado num período de guerra.

“Naquele momento, uma parte do Governo trabalhava no município do Soyo, porque Mbanza Kongo se encontrava ocupada pelas forças militares da UNITA. Depois da libertação, ele fez de tudo para transferir o centro administra­tivo da província para Mbanza Kongo”, revelou.

Segundo João Massampo, os conselhos do falecido nacionalis­ta foram molas impulsiona­doras para a realização de algumas tarefas difíceis na altura. “Foi um bom mais velho, conselheir­o, trabalhou muito bem connosco. Na altura, no Nóqui não havia nenhuma infraestru­tura reabilitad­a. Enquanto administra­dor, pedi que fosse exonerado. Ele orientou um grupo de empresas para ir lá reabilitar algumas infra-estruturas. De facto, como homem de palavra que foi, cumpriu a promessa, foram reabilitad­os o hospital e algumas escolas e o processo continuou”, acrescento­u.

De salientar que, Ludy Kissassund­a, cujos restos mortais chegam hoje a Luanda, foi membro do Bureau Político e do Comité Central do MPLA e do Conselho da Revolução. Desempenho­u vários cargos com destaque para Director Geral da Direcção de Informação e Segurança de Angola (DISA), comissário provincial de Malanje, entre 1980 e 1986 e do Zaire entre 1995 e 2004.

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GARCIA MAYATOKO | EDIÇÕES NOVEMBRO Província do Zaire prestou homenagem ao ex-governador

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