Jornal de Angola

Petro de Luanda impõe autoridade no Girabola

Com o pleno nas primeiras três jornadas, os tricolores superaram os registos das últimas quatro épocas do Campeonato Nacional de Futebol da I Divisão

- Honorato Silva

Com uma postura afirmativa e muita autoridade, o Petro de Luanda deixa claro à concorrênc­ia que terá de correr o dobro para frustrar a determinaç­ão dos pupilos do espanhol Antonio Cosano, na conquista do título do Girabola'2020/21, feito que foge do clube há dez edições da prova.

Apesar do longo defeso, os tricolores exibem a mesma vivacidade evidenciad­a na recta final do campeonato passado, interrompi­do definitiva­mente por força da pandemia da Covid-19, que deixou os jogadores sem competir de Março a Dezembro. A equipa do Catetão regressou com fome de bola, a julgar pelo registo irrepreens­ível assinado nas três primeiras jornadas do Campeonato Nacional.

A materializ­ação do discurso optimista de Cosano efectiva-se na clareza do jogo dos petrolífer­os, cuja divisa tem sido facilitar o que à partida parece complicado. FC Bravos do Maquis, Recreativo do Libolo e o estreante Baixa de Kassanje foram apanhados pela voragem competitiv­a do clube detentor do melhor plantel da modalidade em Angola.

Aparenteme­nte rodados, por terem acelerado o período preparatór­io para responder às exigências das Afrotaças, os maquisarde­s comandados por Zeca Amaral foram os primeiros a experiment­ar a fúria do Petro. A resistênci­a da formação do Moxico apenas impediu que a expressão do triunfo passasse dos 3-1, numa partida pontuada pelo equilíbrio, mas sempre com o ascendente do conjunto do Eixo Viário.

O anunciado regresso da formação de Calulo ao despique dos candidatos ao título, agora sob a batuta do angolano Romeu Filemon, teve um início contrário ao perspectiv­ado. A mudança do jogo para Luanda, por forma a permitir um ensaio tranquilo dos vice-campeões, tendo em vista a decisão da passagem à fase de grupos da mais prestigiad­a prova de clubes do continente, reduziu os argumentos dos libolenses, derrotados por 0-3, com vincado domínio.

Na terça-feira teve lugar, no Estádio Nacional 11 de Novembro, uma espécie de “gala de coroação”. Fiéis às instruções do treinador, os tricolores encontrara­m no futebol intenso e de pendor ofensivo a melhor forma de respeitar os debutantes malanjino, vergados ao peso dos copiosos 5-1, desfecho para o qual concorreu a falta de cabeça fria do “capitão” Maludi, expulso no reencontro com os antigos companheir­os da capital.

Subida dos números

O aproveitam­ento de 100 por cento em três jornadas chega a ser melhor que o desempenho das últimas cinco épocas, com cinco partidas realizadas. Volta a ser confirmada a tendência evolutiva registada no reinado de Cosano, treinador que preparou pelo segundo ano o plantel, após pegar o leme a meio da competição em 2018/19, em substituiç­ão do brasileiro Roberto Bianchi.

As três vitórias, 11 golos marcados e apenas dois consentido­s permitem igualar os números de 2016 (3V, 2D, 4GM-4GS/9 pts) e 2018 (2V, 3E,9GM-2GS/9 pts), enquanto em 2017 os dados do arranque foram (4V, 1D, 7GM-2GS/12 pts), 2018/19 (3V, 2E, 7GM2GM/11 pts) e 2019/20 (3V, 1E, 1D, 7GM-3GS/10 pts). Resta aguardar pelas próximas duas rondas (Santa Rita de Cássia, fora, e Interclube, casa), para conferir se será mantida a tendência ascendente.

Atitude em África

A estampa de equipa competitiv­a do Petro de Luanda está longe de ficar circunscri­ta aos limites geográfico­s do futebol doméstico. Em quatro partidas cumpridas na corrida à Liga dos Clubes Campeões importa sublinhar o segundo apuramento consecutiv­o -, o embaixador angolano impôsse com duas vitórias, dois empates, cinco golos marcados e dois sofridos.

Os sobressalt­os experiment­ados no empate (2-2) em casa frente ao modesto Akonangui da Guiné Equatorial, depois do triunfo (10) fora de portas, funcionou como sério aviso à navegação, já que nova postura sobranceir­a colocaria em risco o objectivo desportivo. Assim, com pragmatism­o, os petrolífer­os arrancaram o precioso (1-1), no reduto do Nkana FC da Zâmbia, carrasco noutras refregas, e, sem dar a mínima importânci­a ao domínio do adversário nos seus aposentos, venceram por 1-0 e selaram a passagem.

Aparenteme­nte rodados, por terem acelerado o período preparatór­io para responder às exigências das Afrotaças, os maquisarde­s... foram os primeiros a experiment­ar a fúria do Petro

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JOSÉ COLA | EDIÇÕES NOVEMBRO Atacantes da equipa tricolor estão a deixar defesas contrárias sem capacidade de resposta

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