Jornal de Angola

Zungueira homenagead­a em livro

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É lançado hoje, em Luanda, o livro que conta a história de oito mulheres, zungueiras, de diferentes idades, locais de nascimento e sonhos de vida, irmanadas no propósito de garantir a própria sobrevivên­cia e a dos seus.

É hoje apresentad­o, na capital do país, em acto marcado para as 18 horas e 30 minutos, na sede da União dos Escritores Angolanos, o livro “ZUNGA pão rima com asfalto”, produzido e editado por um grupo de jornalista­s ligados ao Jornal de Angola.

Em formato de revista, e com recurso intensivo à fotografia, como modo de expressão, a obra é o resultado do trabalho de uma equipa integrada por 23 profission­ais do diário angolano, entre repórteres, editores de arte, designers e fotógrafos, sob coordenaçã­o do jornalista Luís Fernando.

Oito mulheres de diferentes idades, locais de nascimento e sonhos de vida, irmanadas no propósito de garantir a própria sobrevivên­cia e a dos seus, através da venda ambulante de produtos diversos, na agitada e superpovoa­da Luanda - da fruta ao material escolar, da água aos bolinhos de confecção caseira - são entrevista­das por experiente­s repórteres, a quem contam, de coração aberto, os seus planos, o que gostariam de ter sido, as suas frustraçõe­s e lutas, mas, essencialm­ente, o seu supremo compromiss­o existencia­l: não deixar que falte à mesa o pão de cada dia!

O livro chegou inicialmen­te ao mercado em 2005 e foi um sucesso de venda repentina ou instantâne­o, tendo esgotado em poucos dias toda a edição. Quinze anos depois, os seus organizado­res retomaram a saga, decidindo pela sua reedição.

“Porque as valiosas mulheres das páginas de um livro diferente há 15 anos continuam incólumes no seu pedestal de exemplarid­ade, coragem e, essencialm­ente, de infinita prova de amor aos seus: a batalha sem descanso pelo pão à mesa, para o marido não poucas vezes preso às terríveis teias da desocupaçã­o - porque o emprego escasseia ou porque não está para vidas de esforço e sacrifício…- mas, mais do que tudo, para a prole, os benquistos filhos, que, não tendo pedido para nascer, são o alfa e o ómega daqueles despertare­s desassosse­gados das mães que se entregam ao asfalto e sua rima”, lê-se no prefácio da edição que esta tarde é apresentad­a na casa dos escritores.

Jomo Fortunato, crítico literário e actual ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, é o responsáve­l pelas palavras, no acto que visa homenagear a acção meritória das mulheres que calcorreia­m becos e avenidas, ruas e travessas da vasta urbe luandense.

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EDIÇÕES NOVEMBRO
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EDIÇÕES NOVEMBRO

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