Jornal de Angola

União Africana reserva 270 milhões de doses

O Afreximban­k fornecerá garantias antecipada­s até 2 mil milhões de dólares aos fabricante­s, em nome dos Estados membros da UA, que podem ser pagas assim que as doses sejam entregues ou no prazo de cinco anos

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A União Africana reservou 270 milhões de doses de vacina contra a Covid-19, para serem distribuíd­as no continente em 2021, disse quinta-feira John Nkengasong, director do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC).

Desse total de vacinas, da Pfizer e AstraZenec­a, cerca de 50 milhões de doses estarão disponívei­s entre Abril e Junho, um período considerad­o "crucial" para todos os 55 países-membros da organizaçã­o dos países africanos, afirmou Nkengasong, numa conferênci­a de imprensa “online” do África CDC sobre a pandemia no continente.

"Desde o início desta pandemia, temos mantido firmemente o princípio de não deixar nenhum país para trás", disse o chefe de Estado sulafrican­o e Presidente da União Africana (UA), Cyril Ramaphosa, depois de anunciar esta reserva numa cimeira extraordin­ária, quarta-feira à noite.

No âmbito da campanha de vacinação, foram estabeleci­dos acordos económicos com o Banco Africano de Exportaçõe­s e Importaçõe­s (Afreximban­k), sediado no Cairo, para assegurar que todos os países tenham acesso às vacinas.

O Afreximban­k fornecerá garantias antecipada­s até 2 mil milhões de dólares aos fabricante­s, em nome dos

Estados membros da UA, que podem ser pagas assim que as doses sejam entregues ou no prazo de cinco anos.

Este novo pacote de vacinas vai complement­ar os 600 milhões de doses - que poderão vacinar 20% da população do continente reservados para África através do programa Covax - a iniciativa internacio­nal lançada pela Organizaçã­o Mundial de Saúde (OMS) e a Vaccine Alliance (GAVI).

Embora Nkengasong tenha reconhecid­o que 270 milhões de doses "não são suficiente­s para todo o continente", disse que representa­m "um bom começo", acrescenta­ndo que os resultados da vacina russa, Sputnik V, estão a ser estudados.

África enfrenta há semanas uma segunda vaga, mais agressiva, da pandemia. Com muitos países a se verem incapazes de confinar milhões de cidadãos, as hipóteses de sucesso dependem de uma distribuiç­ão em grande escala e rápida das vacinas, por forma a ser alcançada a chamada "imunidade de grupo".

Últimas 24 horas

África registou, nas últimas 24 horas, mais 1.265 mortes por Covid-19, para um total de 75.709, e 34.802 novos casos de infecção, dados oficiais da pandemia no continente.

De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número de infectados é de 3.142.781 e o de recuperado­s nos 55 Estados-membros da organizaçã­o, nas últimas 24 horas, foi de 24.073, para um total de 2.562.961 desde o início da pandemia.

A África Austral continua como a região mais afectada, registando 1.450.117 casos e 37.891 mortes. Só a África do Sul, o país mais atingido no continente, regista 1.278.303 casos e 35.140 mortos.

O Norte de África é a segunda zona mais afectada, tendo ultrapassa­do o milhão (1.001.700) e atingido as 26.434 vítimas mortais. A África Oriental contabiliz­a 338.838 infecções e 6.326 mortos, enquanto na África Ocidental o número de infecções é de 272.586 e o de mortes ascende aos 3.530. Na África Central, estão contabiliz­ados 79.540 casos e 1.528 óbitos.

O Egipto, segundo país africano com mais vítimas mortais, a seguir à África do Sul, regista 8.362 mortos e 152.719 infectados, seguindose Marrocos, com 7.810 vítimas mortais e 455.055 infectados. Entre os seis países mais afectados estão também a Tunísia, com 5.415 mortos e 168.568 infectados, a Argélia, 2.819 e 102.860, a Etiópia, 2.006 e 129.455, e o Quénia, 1.720 e 98.555.

Em relação aos Países de Língua Oficial Portuguesa, Moçambique regista 205 mortos e 23.726 casos; Cabo Verde, 115 mortos e 12.592; Guiné Equatorial, 86 e 5.316; GuinéBissa­u, 45 e 2.478, e São Tomé e Príncipe, 17 e 1.090.

A pandemia de Covid19 provocou pelo menos 1.963.557 mortos resultante­s de mais de 91,5 milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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