PIB cresceu quase 3% no terceiro trimestre
Medidas de alívio económico influenciaram recuperação face aos três meses anteriores
O Produto Interno Bruto (PIB) registou, no terceiro trimestre de 2020, uma contracção de 5,8 por cento face ao período homólogo de 2019, menos do que queda homóloga do período anterior, de 8,8 por cento, anunciou, ontem, o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Apesar da contracção, o PIB, que pela primeira vez é ajustado sazonalmente, revelou um crescimento de 2,7 por cento em comparação ao segundo trimestre de 2020, sublinhou a directora-geral do INE, Chaney John, numa conferência de imprensa realizada para apresentar dados do desempenho económico nos meses de Julho a Setembro. Chaney John atribuiu o ligeiro avanço do PIB “às medidas de alívio implementadas pelo Executivo para fazer face à crise económica derivada da pandemia da Covid-19”.
De acordo a directora-geral do INE, as medidas de alívio permitiram o aumento da produção em diversos sectores, nomeadamente, o Comércio, que apresentou um crescimento positivo de 1,6 por cento, Serviços Imobiliários e Aluguer, com 0,7 por cento, Indústria Transformadora, com 0,6 por cento, Agropecuária, 0,2, e Outros Serviços, 0,3 por cento. Para o valor acrescentado bruto da Agropecuária, que aumentou em 3,1 por cento no terceiro trimestre de 2020, a variação, segundo Chaney John, deveuse ao aumento da produção de indicadores do sector.
O sector da Indústria Transformadora teve uma contribuição positiva de 0,6 pontos percentuais, dado pelo aumento da sua produção no geral.
Na base da contracção do PIB registado no terceiro trimestre de 2020, principalmente derivado da pandemia da Covid-19, a responsável do INE apontou a contribuição negativa de vários sectores, destacando, o da Construção Civil, que apresentou um crescimento negativo de 1,3 por cento, Extracção e Refinação de Petróleo Bruto e Gás Natural, com um crescimento negativo de 0,8 por cento, Extracção de Diamantes e Pescas, com 0,2 por cento cada, e Telecomunicações, com 0,1 por cento.
No encontro, a directora-geral do INE anunciou a introdução, pela primeira vez, do ajuste sazonal, que passará a ser tida em conta nas análises do PIB.