Jornal de Angola

Uma manhã ordeira

- Rodrigues Cambala

Três autocarros estacionam um atrás do outro defronte a um dos hangares do Aeroporto 4 de Fevereiro. Três homens estão em pé. A saída dos passageiro­s é feita em fila indiana. Todos são dirigidos de forma a não quebrarem a ordem. A segurança aeroportuá­ria tem o controlo do cerco. Ninguém move um passo em falso, sem ser interpelad­o.

No interior do hangar, há muitas cadeiras, com o devido distanciam­ento, para acomodar as pessoas testadas. O relógio aproximase das 7h50m. Umas tantas cadeiras começam a ser ocupadas pelos primeiros passageiro­s testados. Há um silêncio. Nada de murmúrios. Apenas observam-se rostos fechados de alguns, como resultado do desconfort­o da zaragatoa. Uns espirram, outros pigarreiam. Há quem deite gotículas de lágrimas, mas, no final: "objectivo cumprido".

Não obstante a calma, o secretário de Estado do Interior, Salvador Rodrigues, reforçou o pedido de calma aos passageiro­s, em razão de a testagem ser um processo lento. A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, veste um colete, tal como os demais elementos da sua equipa. Não param de se movimentar. Vão à fila à busca dos passageiro­s, recebem um boletim e encaminham à mesa, onde estão técnicos trajados de vestes plásticas da cabeça aos pés. Além de máscaras faciais, têm viseiras.

São, aproximada­mente, 25 mesas para testes, mas, aos poucos, vê-se um aumento. Cada passageiro leva até um minuto e meio sentado diante do técnico. Trinta minutos depois, um autocarro recolhe os primeiros testados negativos para a sala de desembarqu­e. Os homens de colete verde mantêm sempre uma conversa com os passageiro­s. Advertem para o pessoal ter em conta o distanciam­ento físico. Até às 10 horas, não tinha sido observado um caso positivo. Por trás das mesas de testagem, uma equipa do Ministério da Saúde e das FAA cuida dos equipament­os e de toda a logística.

Foi uma manhã ordeira, a de ontem, no Aeroporto 4 de Fevereiro.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola