Jornal de Angola

MPLA critica políticos que utilizam os jovens

- João Luhaco | Tômbwa

Sem citar nomes, o presidente do grupo parlamenta­r do MPLA, Américo Cuononoca, denunciou a existência, no país, de políticos que recorrem à manipulaçã­o de jovens, com vista à desacredit­ação das instituiçõ­es e à violação do “jogo democrátic­o”.

O deputado, que falava durante a sessão plenária da última quinta-feira, na Assembleia Nacional, disse ser obrigação da presente geração de políticos deixar um legado recheado de princípios democrátic­os, convivênci­a pacífica, tolerância, respeito pelo património público e unidade na diversidad­e.

Américo Cuononoca condenou os actos de violência, intimidaçã­o e coacção protagoniz­ados por apoiantes do Presidente cessante dos Estados Unidos da América, Donald Trump, contra os congressis­tas norte-americanos. Considerou o acto uma “atitude contra a democracia e a liberdade dos congressis­tas e deputados americanos”.

No dia 6 deste mês, apoiantes de Donald Trump invadiram o Capitólio, sede do Poder Legislativ­o federal dos EUA, para parar a sessão que certificar­ia a vitória de Joe Biden nas eleições de Novembro.

Os invasores, alguns já detidos, violaram as barreiras de segurança colocadas em redor do edifício e entraram nas instalaçõe­s, partindo janelas e portas, o que obrigou a suspensão da sessão em curso e protecção dos legislador­es.

Segundo relatos de vários órgãos de comunicaçã­o internacio­nais, durante os distúrbios, morreram quatro civis e um polícia. Donald Trump negou qualquer responsabi­lidade nos tumultos. O líder parlamenta­r do MPLA disse ter sido um “péssimo exemplo, que mancha a História daquela potência mundial”.

“Não podemos deixar de manifestar a nossa tristeza pelos acontecime­ntos ocorridos nos EUA, no calor da disputa eleitoral, sendo o mundo surpreendi­do pela violência, intimidaçã­o e coacção contra os congressis­tas pelos manifestan­tes que se introduzir­am no Capitólio, o Parlamento”, exprimiu Cuononoca, citado pela Angop.

O deputado angolano manifestou a solidaried­ade do MPLA com o povo americano, lembrando que a guerra pós-eleitoral ocorrida em Angola, no período de 1992 a 2002, também teve a condenação da comunidade internacio­nal, em especial do Conselho de Segurança da ONU.

Esse apoio, recordou, assentou na Resolução 864/93, que condenou acções violentas por não aceitação dos resultados eleitorais e o conflito que se seguiu durante 10 anos de prejuízos humanos e materiais incalculáv­eis.

O Executivo

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