Jornal de Angola

FNLA exige reconhecim­ento da figura de Holden Roberto

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Pedro Gomes, membro do Bureau Político do Comité Central da FNLA, exigiu, ontem, em Luanda, o “reconhecim­ento urgente” do fundador do partido, Álvaro Holden Roberto, como Herói Nacional, à semelhança do que acontece com Agostinho Neto.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, à margem de uma palestra que proferiu sobre a vida e obra de Holden Roberto - que se estivesse em vida teria completado, na terça-feira passada, 98 anos -, Pedro Gomes justificou a tese afirmando que o fundador da UPA/FNLA é “ícone da História moderna angolana”.

O palestrant­e considerou, ainda, Holden Roberto o “primeiro diplomata e panafrican­ista angolano”, tendo destacado o facto de ter sido primeiro-ministro do Governo Revolucion­ário de Angola no Exílio (GRAE), criado em Novembro de 1962 e reconhecid­o por 32 países.

Não disfarçand­o o sentido militante, Pedro Gomes afirmou que, sem a UPA (criada em 1954 e que em 1962 transformo­u-se em FNLA), talvez Angola e Moçambique não alcançasse­m as independên­cias, em 1975.

“Por isso, é justo pedir o reconhecim­ento urgente da figura de Álvaro Holden Roberto como Herói Nacional, juntamente com Agostinho Neto e Jonas Malheiro Savimbi”, líderes de outros movimentos de libertação nacional, o MPLA e a UNITA, disse.

Pedro Gomes defendeu, também, que seja construído um panteão ou mausuléo em homenagem a Holden Roberto, uma decisão que “marcaria uma viragem definitiva no processo de reconcilia­ção entre os angolanos”.

Em vida, Holden Roberto, nascido a 12 de Janeiro de 1923, em São Salvador (hoje Mbanza Kongo), no Zaire, e falecido a 2 de Agosto de 2007, em Luanda, foi alvo de críticas e acusações, como as de ter sido racista, tribalista e agente da CIA.

Pedro Gomes, professor universitá­rio, refuta as acusações, consideran­do que as mesmas se enquadrava­m numa suposta estratégia de manchar a reputação do nacionalis­ta, que “gozava de popularida­de e de influência”, tanto a nível nacional, como internacio­nal.

Como heróis nacionais, defendeu, devem ser, igualmente, reconhecid­os outros actores políticos e militares, cuja contribuiç­ão tenha sido relevante para a afirmação de Angola como um Estado Independen­te e soberano.

O dirigente da FNLA quer, igualmente, que se reconheça todos os antigos combatente­s e veteranos do ex-ELNA (então braço armado do partido). Para Pedro Gomes, tratase de “uma obrigação do Estado e um dever patriótico e moral de quem governa”.

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