Jornal de Angola

De vendedora de carvão a directora de enfermagem

- Alexa Sonhi

Instituído em 1975, pelas Nações Unidas, o mundo assinala hoje, 8 de Março, o Dia Internacio­nal da Mulher, para lembrar a luta delas por melhores condições de vida e de trabalho. Nesta edição, conheça a história de Isabel Paulo, uma mulher que deixou para trás o sonho de ser técnica superior de Agronomia e abraçou o desafio de ser enfermeira. Concretiza­r esse objectivo não foi fácil para ela. Sem recursos financeiro­s, aos 23 anos, a vender carvão, bombó, jinguba e peixe fresco à porta de casa para custear os estudos

O amor ao próximo e o desejo de contribuir para a melhoria da saúde das pessoas, fizeram Isabel Paulo olhar para a profissão de enfermeira de forma diferente. Sem pestanejar, decidiu trocar a formação média em Agronomia, feita no Instituto Médio Agrário do Uíge, sua terra natal, pela enfermagem.

Com essa decisão, Isabel Paulo deixava para trás o sonho de ser técnica superior de Agronomia e abraçava um novo desafio: ser enfermeira, em Luanda. Mas, concretiza­r esse objectivo não seria nada fácil para ela. Sem recursos financeiro­s, aos 23 anos, Isabel teve de vender carvão, bombó, jinguba e peixe fresco à porta de casa para custear os estudos.

Como sabia o que queria para o resto da vida, Isabel Paulo manteve o foco. Com determinaç­ão, em 1997, ingressou no colégio “Alvorecer com Saúde”, onde concluiu, em 2000, o curso de Enfermagem.

Dois anos depois de ter concluído a formação, ou seja, em 2003, participa num concurso público realizado pelo Hospital Américo Boavida, em que foi selecciona­da com 17 valores. “Nesta unidade de saúde, de nível terciário, fiz toda a minha carreira, antes de chegar à directora dos Serviços de Enfermagem do Hospital do Prenda, mas em comissão de serviço”, esclarece.

Depois de enquadrada, Isabel Paulo não se contentou apenas com a formação média. Almejando por mais conhecimen­to, um ano depois de começar a trabalhar no Hospital Américo

Boavida ingressava no Instituto Superior de Ciências de Saúde (ISCISA), que até 2010 se denominava Instituto Superior de Enfermagem (ISE).

Em quatro anos, concluiu a formação superior em Enfermagem. Como o conhecimen­to não ocupa lugar, em 2008

Isabel Paulo decidiu ingressar na Escola

Superior da Cruz

Vermelha Portuguesa, onde se especializ­ou em

Cuidados

Intensivos e

Emergência.

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EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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