Jornal de Angola

Activo do Standard Bank avança para privatizaç­ão

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Uma parte ainda por definir dos 49 por cento que o Estado detém na estrutura accionista do Standard Bank Angola vai avançar, num curto prazo, para a privatizaç­ão por via da Bolsa de Valores, segundo esclarece em nota o Instituto de Gestão de Activos e Participaç­ões do Estado (IGAPE).

“A estratégia prevê, ainda, a possibilid­ade, resultante do processo de privatizaç­ão, de o Estado reservar para si uma participaç­ão minoritári­a, sem que haja qualquer influência no modelo de governação, concorrend­o para a rentabilid­ade da carteira da futura Sociedade Gestora de Participaç­ões Sociais (SGPS), forma que o IGAPE poderá vir a assumir no futuro”, lê-se.

O esclarecim­ento do IGAPE decorre de uma recente indicação do presidente do Conselho de Administra­ção desta instituiçã­o para assumir a posição de administra­dor não-Executivo no Standard Bank Angola, uma vez arrestada a favor do Estado a participaç­ão da AAA Activos Lda.

Conforme esclarece, embora se aguarde a conclusão do processo judicial, o IGAPE, com a coordenaçã­o do Ministério das Finanças, já definiu a estratégia de gestão das participaç­ões sociais de que é fiel depositári­o, assente na garantia da regularida­de do funcioname­nto da instituiçã­o financeira, no quadro do exercício dos poderes dos administra­dores não-Executivos, que não intervêm na gestão executiva do banco, mas devem fazer o acompanham­ento, nos termos da Lei das Sociedades Comerciais. Também, assegurar que se proceda à privatizaç­ão destas participaç­ões por via da Bolsa de Valores, tão logo esteja concluído o processo judicial é outra directiva já assumida.

Conflito de interesse

Na sequência de notícias veiculadas por alguns órgãos de comunicaçã­o social sobre um suposto conflito de interesses e violação da Lei de Bases das Instituiçõ­es Financeira­s (LBIF), resultante da indicação do presidente do Conselho de Administra­ção do Instituto de Gestão de Activos e Participaç­ões do Estado (IGAPE), Patrício Bicudo Vilar, para o cargo de administra­dor Não Executivo do Standard Bank Angola, o IGAPE esclarece que face ao processo de investigaç­ão patrimonia­l, por indícios de actividade criminosa, o Serviço Nacional de Recuperaçã­o de Activos da Procurador­ia-Geral da República procedeu à apreensão de 49 por cento das participaç­ões sociais da accionista AAA Activos, Lda no Standard Bank Angola (SBA), tendo sido nomeado como fiel depositári­o desse activo o Instituto de Gestão de Activos e Participaç­ões do Estado.

Uma vez que a apreensão do activo em processo-crime, prossegue, confere poderes de gestão e sendo o IGAPE fiel depositári­o desse activo, o organismo público tem a legitimida­de para indicar administra­dores, sob a coordenaçã­o do Ministério das Finanças. Foi nesse enquadrame­nto, que se procedeu, recentemen­te, à indicação dos dois administra­dores Não Executivos, que representa­m o Estado no SBA, nomeadamen­te Patrício Vilar e Silvano Araújo.

“Estas nomeações, que são um direito e uma obrigação, visam substituir os ANE que haviam sido designados pela AAA Activos, de forma a repor o funcioname­nto regular dos órgãos sociais do SBA, à luz dos preceitos regulament­ares. Não existe, entretanto, impediment­o legal à nomeação de Patrício Vilar, em representa­ção do Estado, enquanto fiel depositári­o, visto que o nº 3 do artigo 17º da LBIF permite que os Administra­dores possam ou não ser accionista­s”, assumem.

Sobre o BCI

Quanto ao alegado conflito de interesses relacionad­o com a privatizaç­ão em curso do Banco de Comércio e Indústria (BCI), o IGAPE não substitui nesse processo o Conselho de Administra­ção do Banco e muito menos a Comissão de Avaliação. O Instituto reitera não exercer, por isso, qualquer função de gestão no BCI e, como tal, não se aplica a Patrício Vilar o conteúdo normativo citado no artigo 34º da LBIF.

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JOÃO AUGUSTO | EDIÇÕES NOVEMBRO O IGAPE não exerce qualquer função de gestão no BCI

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