Mulheres marcharam contra a violência
Perto de cem mulheres juntaram-se, ontem, em Luanda, ao movimento “Unidas somos mais fortes”, para protestar contra a violência de que são vítimas a nível do país.
Em declarações ao Jornal de Angola, Patrícia Gonga, presidente do movimento “Unidas somos mais fortes”, disse que o objectivo é protestar contra o assassinato gratuito de mulheres, violência doméstica, sexual e o assédio no local de trabalho.
Patrícia Gonga explicou que, em Angola, as mulheres ainda são vítimas de várias situações que precisam de ser denunciadas para o alcance pleno da igualdade de género.
“Situações como da Abigail, menor de quatro anos de idade estuprada e morta pelo vizinho, que continua em liberdade no seu bairro, revoltam qualquer um, daí a marcha para exigir o julgamento e condenação deste infractor”, sublinhou.
Entre as situações de violência que afligem as mulheres, consta a incompreensão dos parceiros em relação à natureza feminina, violência baseada no género, fuga à paternidade e prestação de alimentos, analfabetismo e o desemprego.
Durante a marcha, as participantes empunharam bandeiras e cartazes com várias mensagens, assim como entoaram palavras de ordem para denunciar várias atrocidades de que as mulheres são vítimas.
Com início no Largo das Heroínas, a marcha terminou no Cemitério de Sant’Ana, onde as mulheres leram uma mensagem a condenar os casos de violência sexual e assassinatos de que são vítimas e lamentaram a morosidade da Justiça angolana diante da violação sistemática dos direitos humanos das mulheres. “Realizamos esta marcha como forma de mostrar que nos importamos e não nos calaremos diante da violência. As nossas vidas importam e não seremos mais um número nas estatísticas da violência”, lêse na mensagem.