Jornal de Angola

Revisão da Constituiç­ão

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O anúncio da primeira revisão da Constituiç­ão de 2010 está a suscitar discussões acaloradas e interessan­tes na sociedade, mesmo antes de as propostas de revisão estarem a ser discutidas no Parlamento. É o Parlamento que vai aprovar as propostas de revisão pontual da Constituiç­ão de Angola. Para mim, é positivo que haja cidadãos, mesmo não sendo políticos profission­ais, atentos ao que se passa no país e queiram participar na vida política. É entretanto importante que os cidadãos conheçam os termos exactos das propostas de revisão das matérias com dignidade constituci­onal que podem ser alteradas. Os cidadãos têm direito de saber o que se pretende com a revisão pontual da Constituiç­ão. É bom que os nossos juristas, e não só, se debrucem sobre o assunto para, por via de debates, contribuír­em para que as pessoas possam compreende­r as razões e os objectivos da actual revisão da Lei Fundamenta­l. Que seja tudo, absolutame­nte tudo, dito aos cidadãos sobre o que se pretende com a primeira revisão da Constituiç­ão de Angola de 2010. Os angolanos têm o hábito de discutir assuntos políticos e se interessam em aumentar a sua cultura jurídica. Acredito que depois do anúncio de revisão da Constituiç­ão haja muitos compatriot­as que queiram conhecer melhor a nossa Lei Fundamenta­l e saber o que afinal estava mal na nossa lei suprema e o que, com a revisão, pode andar melhor. Que haja debate para que venhamos a ter, na verdade, uma Constituiç­ão que resolva problemas e não crie problemas.

ADELAIDE AFONSO Maculusso

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