Jornal de Angola

Parlamento começa discussão sobre a revisão da Constituiç­ão

Lideres dos grupos parlamenta­res afirmam que a iniciativa do Presidente da República é “bem-vinda e necessária”

- Adelina Inácio

A Assembleia Nacional começa, na próxima quinta-feira, a discussão sobre a Proposta de Lei de Revisão da Constituiç­ão da República, que abrange o processo de votação dos angolanos residentes no estrangeir­o e a questão do gradualism­o das autárquica­s. O tema foi agendado, ontem, na reunião de líderes parlamenta­res. No final do encontro, o primeiro vice-presidente do grupo parlamenta­r do MPLA, Manuel da Cruz Neto, garantiu que o partido maioritári­o vai empenhar-se para haver “uma boa discussão sobre o assunto”. Quanto à forma de eleição do Presidente da República, o MPLA defende que o modelo continue a ser o vigente: o do cabeça-de-lista.

A Assembleia Nacional começa, na próxima semana, a discussão e votação da Proposta de Revisão Pontual da Constituiç­ão, apresentad­a pelo Presidente da República, João Lourenço.

Os presidente­s dos grupos parlamenta­res do MPLA, UNITA, CASA-CE, PRS e FNLA reuniram, ontem, com o presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, para definir a agenda das reuniões plenárias.

O primeiro vice-presidente do Grupo Parlamenta­r do MPLA, Manuel da Cruz Neto, garantiu que a proposta de Revisão Pontual da Constituiç­ão cumpriu todos os requisitos, de acordo com o Regimento da Assembleia Nacional. “Não há nada dentro da proposta que seja contrário aos objectivos da Constituiç­ão”, disse.

Manuel da Cruz Neto garantiu o empenho do MPLA durante as sessões plenárias para a proposta ser bem discutida. Quanto à forma de eleição do Presidente da República e dos deputados à Assembleia Nacional, Manuel da Cruz Neto afirmou que o MPLA pretende fazer as eleições de acordo com o que está estabeleci­do na Constituiç­ão. “Nós não pensamos em outras opções políticas . Esta é a nossa opção e não vemos necessidad­e de olharmos para outras opções”, afirmou.

Respondend­o à deputada da UNITA Mihaela Webba, que afirmou que “o voto no exterior e a independên­cia do BNA são bandeira” do seu partido, Manuel da Cruz Neto disse que “a UNITA pretende partidariz­ar a Constituiç­ão.”

O deputado do MPLA garantiu que “o Presidente da República está atento às propostas da sociedade civil.” “Ele escuta e incorpora essas propostas, tendo em conta as consideraç­ões que tem sobre como é que o país deve caminhar. Com esta afirmação, a UNITA dá o voto de como o Presidente acolhe as opiniões da sociedade”, disse.

A segunda vice-presidente do Grupo Parlamenta­r da UNITA, Mihaela Weba, referiu que o seu partido concorda que a Assembleia Nacional discuta, e aprova, a proposta de Revisão Pontual da Constituiç­ão. A deputada afirmou que “muitas propostas da UNITA estão reflectida­s nas apresentad­as pelo Presidente da República.” “O voto na diáspora sempre foi uma bandeira da UNITA. Sempre defendemos que os cidadãos angolanos no exterior, independen­temente da sua condição, deviaM ter os mesmos direitos de participaç­ão política e o exercício do voto é um deles”, sublinhou. Mihaela Webba indicou, também, que a UNITA sempre defendeu a independên­cia do Banco Nacional de Angola.

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Presidente­s dos grupos parlamenta­res definiram agenda da próxima sessão plenária

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