Motsepe confirmado na liderança da CAF
Bilionário sul-africano rende o malgaxe Ahmad Ahmad que cumpre castigo da FIFA por alegada má gestão do organismo e corrupção
O sul-africano Patrice Motsepe foi, ontem, confirmado como presidente da Confederação Africana de Futebol (CAN), no final da 43ª Assembleia-Geral realizada ontem em Rabat, capital do Reino de Marrocos, num acto em que não se considera eleição, pois, de há uns dias a esta parte, a sua indicação já era previsível, em função do apelidado “protocolo de Rabat”, que obrigava seus concorrentes retirarem as respectivas candidaturas em nome da “unidade”.
Foi assim que, candidatos antes assumidos como o senegalês Augustin Senhor, o marfinense Jacques Anouma e o mauritaniano
Ahmed Yahya viram-se “obrigados” a cancelar as suas pretensões e, automaticamente, “impedidos” de concorrer, a favor do bilionário sul-africano, que tem um amplo apoio do presidente da FIFA.
O aludido protocolo propunha em troca que Augustin Senghor será nomeado primeiro vice-presidente da CAF, Ahmed Yahya segundo vice-presidente, enquanto Jacques Anouma vai para assessor especial do presidente.
Eleito, por aclamação, para um período de quatro anos, Motsepe vai ter sob comando uma instituição, cuja imagem foi manchada, por vários casos de corrupção, com finanças prejudicadas pela crise da Covid19 que o forçou a sacar das suas reservas.
Apesar disso, o sul-africano vai poder contar com a sua sólida agenda de contactos para ajudá-lo na sua missão. Acima de tudo, terá de demonstrar que não é um simples fantoche pago pela FIFA e por Gianni Infantino que o candidatou, de quem goza boa simpatia.
Patrice Motsepe sucede ao malgaxe Ahmad Ahmad, condenado, em Novembro de 2020, a uma suspensão de cinco anos, pela FIFA por violações do código de ética (o Tribunal Arbitral do Desporto reduziu esta sanção para dois anos), o que o impediu de concorrer a um novo mandato.