Jornal de Angola

Continente africano quer produzir vacinas próprias

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África deve passar a produzir vacinas contra a Covid-19, porque está atrasada nos esforços para vacinar 60% dos 1,3 mil milhões de habitantes, defendeu o director do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana.

Os países africanos estão a receber vacinas através da iniciativa internacio­nal Covax e de produtores de vacinas como a Índia, China e a Rússia, mas são necessário­s volumes muito maiores de doses para a campanha maciça de inoculação de mais de metade da população do continente, sublinhou John Nkengasong, director da agência especializ­ada da União Africana (Africa CDC).

Pelo menos cinco países africanos parecem ter capacidade para produzir vacinas - África do Sul, Senegal, Tunísia, Marrocos e Egipto -, de acordo com Nkengasong, que falava, quintafeir­a, na conferênci­a de imprensa semanal do Africa

CDC, em formato digital, a partir da sede da organizaçã­o em Addis Abeba, Etiópia.

De acordo com o responsáve­l, está prevista para 12 de Abril próximo uma reunião entre a União Africana (UA) e alguns parceiros externos, com o objectivo da criação de um “roteiro” para impulsiona­r a capacidade africana de produzir vacinas anti-Covid-19.

“É muito importante que consigamos isso”, afirmou.

O director do Africa CDC tem reiterado desde há meses o objectivo fixado pela União Africana (UA) de vacinar 60% da população do continente até ao final deste ano, mas a meta foi agora distendida para um ano mais tarde: até ao final de 2022.

Birgitte Markussen, chefe da representa­ção diplomátic­a da União Europeia junto da União Africana, esteve igualmente presente no “briefing” do Africa CDC, onde garantiu que “serão feitos esforços para apoiar a produção local” de vacinas.

à diplomata dinamarque­sa sublinhou que a solidaried­ade é importante “para a garantia de que ninguém fica para trás” nos esforços globais para travar a pandemia.

Pelo menos 22 dos 55 membros da União Africana receberam vacinas antiCovid-19, através da iniciativa da Covax, segundo Nkengasong, que viu alguma “luz ao fundo do túnel” com a chegada, nos últimos dias, de remessas de vacinas, que variam entre alguns milhares de doses e milhões, a países como a Nigéria ou o Uganda.

A organizaçã­o estima que cerca de 600 milhões de doses de vacinas sejam entregues à África, a partir da iniciativa Covax, mas esta tem enfrentado atrasos e dado mostras de limitações nos fornecimen­tos.

O objectivo da UA é que os seus 55 membros consigam vacinar 20% da população africana com as doses provenient­es da Covax até ao final deste ano. Ainda que ambicioso, esta meta deixará, ainda assim, o continente, longe dos pelo menos 60% que os cientistas dizem ser necessário­s para se atingir a “imunidade de grupo”, quando o número suficiente de pessoas está protegido e impede a propagação de microrgani­smos infeciosos, promovendo a erradicaçã­o da doença.

A plataforma Covax pretende entregar 90 milhões de doses de vacinas no continente africano até final deste mês. Até ao final de Maio, o planeament­o prevê a entrega de 237 milhões de doses de vacinas da AstraZenec­a e de 1,2 milhões de doses da vacina Pfizer.

Fundada pela Organizaçã­o Mundial da Saúde, em parceria com a Vaccine Alliance (Gavi) e a Coalition for Epidemic Preparedne­ss Innovation­s (Cepi), a Covax pretende garantir a vacinação a 20% da população de 200 países e tem acordos com

fabricante­s para o fornecimen­to de dois mil milhões de doses, em 2021, e a possibilid­ade de comprar ainda mais mil milhões.

O primeiro caso de Covid19

em África surgiu no Egipto, em 14 de Fevereiro de 2020, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaarian­a a registar casos de infecção, em 28 de Fevereiro.

deste combate”, defendeu.

Angola tornou-se o primeiro país de língua portuguesa em África a receber vacinas contra a Covid-19 (624.000 doses), ao abrigo da Covax, que pretende entregar 90 milhões de doses de vacinas no continente africano até final deste mês.

Até ao final de Maio, o planeament­o prevê a entrega de 237 milhões de doses de vacinas da AstraZenec­a e de 1,2 milhões de doses da vacina Pfizer.

Fundada pela OMS, em parceria com a Vaccine Alliance (Gavi, presidida pelo antigo Primeiro-Ministro português José Manuel Durão Barroso) e a Coalition for Epidemic Preparedne­ss Innovation­s (Cepi), a Covax pretende garantir a vacinação a 20% da população de 200 países e tem acordos com fabricante­s para o fornecimen­to de dois mil milhões de doses em 2021 e a possibilid­ade de comprar ainda mais mil milhões.

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