Jornal de Angola

Um terço dos guerrilhei­ros já entregou as armas

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Cerca de um terço dos antigos guerrilhei­ros da Resistênci­a Nacional Moçambican­a (Renamo) já entregaram as armas no âmbito do processo de Desmilitar­ização, Desarmamen­to e Reintegraç­ão (DDR) em curso no país, anunciou, ontem, o PrimeiroMi­nistro, citado pela Lusa.

“Através deste processo, até ao momento, foram desmobiliz­ados e reintegrad­os 1.490 antigos guerrilhei­ros da Renamo, o que representa 29 por cento de um efectivo de 5.221 homens a desmobiliz­ar”, referiu Carlos Agostinho do Rosário, no Parlamento, numa sessão de esclarecim­entos do Governo. Ao número juntamse outros 700 cuja desmobiliz­ação começou esta semana.

“Notamos com optimismo o facto de o DDR estar a conhecer progressos assinaláve­is, o que é testemunha­do pelo início da segunda fase do processo”, realçou o Primeiro-Ministro.

Além da desmobiliz­ação dos ex-guerrilhei­ros que se mantêm alinhados com o principal partido da oposição, Carlos Agostinho do Rosário destacou a rendição de oito elementos da auto-proclamada Junta Militar da Renamo, uma dissidênci­a armada, “que decidiram abandonar as matas e aderir a este processo”.

“Apelamos aos integrante­s da auto-proclamada Junta Militar da Renamo e ao seu chefe Mariano Nhongo a se juntarem a este processo irreversív­el de DDR ora em curso, seguindo exemplo dos que vêm aderindo a este processo”, concluiu.

O acordo de paz em Moçambique foi assinado em Agosto de 2019 pelo Chefe de Estado moçambican­o, Filipe Nyusi, e pelo presidente da Renamo, Ossufo Momade, prevendo, entre outros aspectos, o processo de DDR do braço armado da principal força da oposição.

Desde o seu arranque, o processo foi sempre conduzido na província de Sofala e esta semana abrangeu pela primeira vez membros da antiga guerrilha da Renamo em Manica, também no Centro de Moçambique.

Os dissidente­s da Junta Militar são acusados de fazer ataques armados no Centro de Moçambique desde que foi celebrado o acordo de paz, incursões que já provocaram a morte de 30 pessoas e vários feridos.

O movimento liderado por Mariano Nhongo, antigo líder de guerrilha da Renamo, que continua nas matas com um número incerto de homens, contesta a liderança do partido e as condições para a desmobiliz­ação decorrente­s do acordo de 2019.

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DR Autoridade­s exortam Junta Militar a depor as armas

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