Líder independentista eleita presidente do Parlamento
A maioria independentista no Parlamento regional da Catalunha elegeu Laura Borrás presidente da instituição, que ontem teve a sua sessão constituinte depois das eleições de 14 de Fevereiro.
A eleição da presidente do Parlamento catalão marca o início da legislatura, enquanto se aguarda a investidura do presidente do Governo regional (Generalitat), que deve ter lugar, o mais tardar, a 26 do corrente mês.
Um acordo entre os partidos catalães separatistas assegurou a eleição como presidente do Parlamento regional de Laura Borràs, do Juntos pela Catalunha (JxCat), partido do separatista Carles Puigdemont, fugido na Bélgica.
Um eventual acordo entre os mesmos partidos deverá também garantir como próximo presidente do Governo regional Pere Aragonès, da Esquerda Republicana da
Catalunha (ERC).
Isto apesar de o Partido Socialista da Catalunha (PSC, associado ao PSOE) ter sido a formação mais votada e ter o mesmo número de deputados regionais (33) da ERC, formação que ficou em segundo lugar e que é a mais votada entre os partidos independentistas.
O PSC ganhou as eleições regionais na Catalunha (23 por cento e 33 deputados), mas a soma dos partidos separatistas reúne a maioria absoluta dos votos, assim como dos lugares no Parlamento regional, tendo a ERC (21,3 por cento, 33 deputados) substituído o JxCat (20, por cento, 32 lugares) como o maior partido independentista.
Os partidos independentistas - ERC, JxCat e CUP (Candidatura de Unidade Popular, extrema-esquerda) - estão a tentar chegar a acordo sobre a próxima coligação para o Executivo regional.
As eleições regionais de 14 de Fevereiro também foram marcadas pela subida da extrema-direita espanhola do Vox, que ficou em quarto lugar com 7,6 por cento e 11 deputados, seguida dos independentistas da CUP com 6,7 por cento e nove deputados e o partido de extrema-esquerda En C omú Podem (associado ao Podemos) com 6,9 por cento e oito deputados.
O grande perdedor das eleições foi o Cidadãos (direita-liberal), que nas eleições de 2017 concentrou o voto útil dos constitucionalistas (pela união de Espanha) que agora fugiu para o PSC, e desceu de 25,3 por cento para de 5,5 e de 36 para apenas seis deputados.
Por último, o Partido Popular (PP, direita) obteve 3,8 por cento e três lugares no novo Parlamento regional.