Jornal de Angola

Imunização arranca com um mês de atraso na Tunísia

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A Tunísia lançou sábado, com um mês de atraso, a campanha de vacinação contra o novo coronavíru­s, começando pelos profission­ais de Saúde, na primeira linha da luta contra a pandemia da Covid-19.

No centro de vacinação de El Menzah em Tunes, cerca de 300 enfermeiro­s, médicos e reanimador­es nos serviços de Covid-19 na capital foram imunizados no mesmo dia.

A Tunísia tinha recebido na terça-feira 30 mil doses da vacina russa Sputnik V.

"Com o lançamento da vacinação passamos um marco muito importante na luta contra esta pandemia. Podemos finalmente ver o fim do túnel", disse à AFP o médico Abdelmoume­n Samir, do grupo de luta contra o coronavíru­s.

"Vamos dar uma mensagem de esperança aos tunisinos e incentivá-los a vacinarem-se", disse ainda, congratula­ndo-se por estar entre os primeiros a beneficiar da Sputnik V.

Samir indicou que se sentirá mais tranquilo no seu trabalho, mas considerou que a adesão dos tunisinos à campanha de vacinação é fraca.

Jalila Khelil, responsáve­l pelo serviço de reanimação do hospital Abderrahme­n Memmi na área metropolit­ana de Tunes, também recebeu a vacina, referindo que o corpo médico se sentirá "com menos 'stress' quando se aproximar de um doente com Covid-19 e se for contagiado com o vírus terá sintomas muito menos severos".

"Se quisermos retomar uma vida no limite do normal, teremos que erradicar um pouco este vírus e não o podemos fazer sem a vacinação. Esta é uma realidade que não se deve negar, temos de nos vacinar se quisermos retomar a nossa actividade", disse a médica.

Numa primeira fase serão vacinados 15 mil profission­ais de Saúde, indicou Samir. A prioridade é dada ao corpo médico, seguido das pessoas idosas, segundo o Ministério da Saúde.

A partir da próxima semana, "o ritmo da vacinação vai acelerar com a entrega prevista de 94 mil doses da vacina germano-norte-americana Pfizer-BioNTech, assim como de vacinas da AstraZenec­a", adiantou.

Uma nova variante do vírus foi identifica­da no país, mas as primeiras análises indicam não ser mais perigosa ou contagiosa que a estirpe original, segundo o Instituto Pasteur.

A Tunísia, com 11,7 milhões de habitantes, é o último país do Magrebe a lançar a campanha de vacinação. Marrocos, Argélia, mas também o Egipto iniciaram-na no final de Janeiro.

Desde o início da pandemia, a Tunísia registou 240.617 casos, incluindo 8.329 mortes.

A pandemia da Covid-19, transmitid­a por um novo coronavíru­s detectado no final de 2019 na China, provocou pelo menos 2,6 milhões de mortos no mundo, resultante­s de 119 milhões de casos de infecção, segundo um balanço da agência France Press.

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