Cuango acolhe acto central do Dia de Expansão da Luta Armada
Celebrações decorrem sob o lema “Honrar a gesta do 15 de Março é eternizar a memória dos combatentes da liberdade”
O município do Cuango, província da Lunda-Norte, acolhe, hoje, o acto central nacional do 60° aniversário do Dia da Expansão da Luta Armada de Libertação Nacional.
Segundo o programa da actividade, o acto central, que decorre sob o lema "Honrar a gesta do 15 de Março é eternizar a memória dos combatentes da liberdade", será orientado pelo ministro do Interior, Eugénio Laborinho, em representação do Presidente da República João Lourenço.
O acto será testemunhado pelo secretário de Estado dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, Domingos André Tchikanha, e pelo governador da Lunda-Norte, Ernesto Muangala, que já se encontram no Cuango.
Antes de se deslocar ao Cuango, o secretário de Estado dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, Domingos André Tchikanha, visitou uma fazenda agro-pecuária da antiga combatente Isabel Pascoal Gregório, localizada no Dundo.
No acto central, além da mensagem do ministro do Interior, haverá também intervenções do governador da Lunda-Norte, Ernesto Muangala, da administradora municipal em exercício do Cuango, Victória Diógenes e de um representante dos Antigos Combatentes.
À margem do acto central, que acontece no auditório da Administração Municipal do Cuango, o ministro do Interior, Eugénio Laborinho, vai entregar bens materiais diversos ao Gabinete Provincial dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria da Lunda-Norte, devendo terminar com uma visita à unidade da Força Aérea da localidade de Cafunfo.
Na abertura das jornadas comemorativas do Dia da Expansão da Luta Armada de Libertação Nacional, na quarta-feira, o director nacional do Legado da História Militar do Ministério da Defesa e Veteranos da Pátria, general João Pereira Massano, destacou a importância do 15 de Março de 1961, considerando que está patente na memória colectiva dos angolanos.
Os acontecimentos de 15 de Março, disse, têm relevância política, uma vez que se inscrevem na História das intensas lutas de resistência para a vitória do povo angolano, contra o colonialismo português. “É uma história que se constrói e se assume na plenitude onde todos têm espaço”, disse.
João Pereira Massano admitiu que assumir o passado foi também uma forma de reconhecer a angolanidade das nossas gerações, fruto de uma identidade que marcou os ideais de cada angolano, que culminou com a Independência Nacional.
Explicou, igualmente, que o Dia da Expansão da Luta Armada de Libertação Nacional visa homenagear os heróis e todos os cidadãos, na sequência dos levantamentos do 4 de Janeiro e 4 de Fevereiro de 1961.
Referiu, ainda, que os combatentes entregaram-se de corpo e alma na luta contra o regime colonial português, culminando com a conquista da Independência Nacional, a 11 de Novembro de 1975.
As celebrações da data, acrescentou, representam uma ocasião ímpar para os angolanos, de Cabinda ao Cunene, independentemente da sua filiação político-partidária, confissão religiosa, etnia, raça ou sexo.
Informou que estão a ser desenvolvidas, a nível nacional, várias actividades políticas, sociais e culturais, com o objectivo de destacar a importância da celebração do 15 de Março de 1961, bem como prestar homenagem a todos ‘bravos guerreiros’ que participaram nesta epopeia.
Depois das revoltas do 4 de Janeiro, na região da Baixa de Cassanje, e do 4 de Fevereiro, em Luanda, a 15 de Março de 1961, a UPA (União dos Povos de Angola) desencadeou uma vaga de ataques no Norte de Angola, que visou esquadras policiais, postos administrativos e fazendas de colonos portugueses que ali escravizavam os angolanos, da qual resultou a morte de centenas de colonos nos Dembos, Nambuangongo, Cuanza-Norte, Uíge e Zaire.
À margem do acto central, que acontece no auditório da Administração Municipal do Cuango, o ministro do Interior, Eugénio Laborinho, vai entregar bens materiais diversos ao Gabinete Provincial dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria da Lunda-Norte