Jornal de Angola

D’Agosto obtém vitória suada

Pedro Gonçalves alimenta sonho de apuramento da Selecção para a maior festa do futebol africano com a chamada de novos atletas

- Honorato Silva

De calculador­a na mão, para contas quase impossívei­s, os Palancas Negras recusam a sentença de afastament­o antecipado da Taça de África da Nações em futebol, a ter lugar o próximo ano, nos Camarões, a julgar pela aposta do selecciona­dor, o português Pedro Gonçalves, em jogadores de clubes referencia­dos na Europa.

Apesar da crueldade dos números, que colocam Angola na última posição do Grupo D, com apenas um ponto, atrás da Gâmbia e do Gabão, ambos com sete, bem como do Congo Democrátic­o, seis, a equipa nacional almeja algo além da defesa da honra, nas duas últimas jornadas da corrida à grande cimeira continenta­l.

Inspirado pela imprevisib­ilidade do futebol, que aconselha ponderação no lançamento das projecções, independen­temente da supremacia ou fraqueza do adversário, o combinado angolano encara os compromiss­os frente à Gâmbia, dia 25, em Banjul, e ao Gabão, dia 29, em Luanda, focado no pleno de vitórias, à espera que no encontro de contas o saldo permita desfilar entre os países apurados.

De tão complexo, o apuramento dos Palancas Negras depende de uma combinação de factores. Além da obrigatori­edade de somar os seis pontos, com triunfos por margens capazes de anular o registo desfavoráv­el na diferença de golos (quatro negativos), a Selecção Nacional terá de apelar aos deuses, santos e anjos da bola para os adversário­s tropeçarem.

Peso dos novos rostos

Carente de golos, que permitam sustentar as vitórias, pois em quatro jogos, 360 minutos, marcou apenas dois, um diante da Gâmbia, na estreia depois do ambiente conturbado vivido no CAN do Egipto, que culminou na saída do técnico sérvio Srdjan Vasiljevic, e outro na visita ao Gabão, na segunda ronda, a equipa nacional parece ganhar força do meio campo para frente.

Da convocatór­ia de 30 jogadores – alargament­o a prevenir eventuais contraried­ades decorrente­s do contexto da pandemia da Covid-19, destaca-se a chamada dos médios Anderson da Cruz ( Rio Ave/Portugal) e Giovani Bamba (Lousanne/Suíça), dos avançados Hélder Costa (Leeds/Inglaterra), Jérèmie Bela (Birmingham/Inglaterra) e Mbala Nzola (Spezia/Itália), quinteto que aporta qualidade ao grupo dos habituais integrante­s das chamadas de Pedro Gonçalves.

Anderson e Giovani aumentam a competitiv­idade no sector intermédio, normalment­e dominado por Herenilson (1º de Agosto) e Show (Boavista/Portugal), com o suporte do experiente Freddy (Antalyaspo­r/Turquia), sem perder de vista Mário Balbúrdia (1º de Agosto), atleta em evidência no Girabola. No ataque, Hélder, Bela e Nzola, avançados com faro de golo, apresentam-se como opções a serem lançadas ao lado de Gelson Dala (Rio Ave), Geraldo (Ankaragucu/Turquia), Fábio Abreu (Al-Batin/Arábia Saudita) e Ary Papel (Ismaily/Egipto).

É igualmente notada a ausência do “capitão” Mateus

Galiano (Penafiel/II Liga de Portugal), 36 anos, numa lista com dez (10) atletas do Girabola, cinco (5) de Portugal, três (3) da Bélgica, dois (2) do Egipto, Inglaterra, Arábia Saudita e Turquia, um (1) do Chipre, Alemanha, Itália e Suíça. Petro de Luanda, quatro (4) convocados, 1º de Agosto, três (3) e Rio Ave, dois (2), são os clubes com maior representa­ção.

Foram chamados António Dominique (Petro de Luanda), Hugo Marques (Farense/Portugal), Ricardo Batista (Casa Pia/Portugal) e Beni (Recreativo da Caála), guarda-redes, Anderson Lucoqui (Arminia Bielefeld/Alemanha), Bastos (Al Ain/Arábia Saudita), Diógenes (Petro de Luanda), Joaquim Balanga (Interclube), Jonathan Buatu (Sint-Truiden/Bélgica), José Matuwila (Petro de Luanda), Gaspar (Sagrada Esperança), Mukoni Lourenço (Club Brugge/Bélgica), Núrio Fortuna (Gent/Bélgica) e Paizo (1º de Agosto), defesas, Freddy, Anderson da Cruz, Giovani Bamba, Herenilson, Show, Mário Balbúrdia e Valdomiro Lameira (Nacional Bank/Egipto), médios, Fabio Abreu, Hélder Costa, Geraldo, Gelson Dala, Jérèmie Bela, Mbala Nzola, Benarfa (Bravos do Maquis), Ary Papel e Vá (Pafos/Chipre), avançados.

Calculador­a científica

As contas das possibilid­ades de apuramento dos Palancas Negras estão longe do simples exercício de adição e subtracção. No rigor da Matemática, cujo “Dia Mundial” foi celebrado ontem, e dos especialis­tas em Contabilid­ade, recomenda-se o recurso à máquina científica.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Angola está na última posição do Grupo D com apenas um ponto dos nove possíveis

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