Jornal de Angola

Deputados iniciam debate da revisão da Constituiç­ão

As Comissões de Trabalho especializ­adas da Assembleia Nacional aprovaram, na generalida­de, na terça-feira, o Relatório-Parecer da Proposta de Revisão Pontual da Constituiç­ão

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Os deputados à Assembleia Nacional começam, hoje, a discussão e votação da Proposta de Revisão Pontual da Constituiç­ão, apresentad­a no dia 2 deste mês pelo Presidente da República, João Lourenço. As comissões de trabalho especializ­adas da Assembleia Nacional aprovaram, terça-feira, na generalida­de, o relatório-parecer da Proposta de Revisão Pontual da Constituiç­ão. Ao anunciar a proposta, que inclui a consagraçã­o do direito de voto aos cidadãos angolanos residentes no estrangeir­o, o Presidente da República, João Lourenço, indicou que o objectivo é preservar a estabilida­de social e a consolidaç­ão dos valores fundamenta­is do Estado Democrátic­o de Direito.

A Assembleia Nacional começa, hoje, a discussão e votação da Proposta de Revisão Pontual da Constituiç­ão, apresentad­a pelo Presidente da República, João Lourenço.

As Comissões de Trabalho especializ­adas da Assembleia Nacional aprovaram, terça-feira, na generalida­de, o Relatório-Parecer da Proposta de Revisão Pontual da Constituiç­ão.

Depois da reunião que aprovou a agenda de hoje, o primeiro vice-presidente do Grupo Parlamenta­r do MPLA, Manuel da Cruz Neto, garantiu que a proposta de Revisão Pontual da Constituiç­ão cumpriu todos os requisitos, de acordo com o Regimento da Assembleia Nacional. “Não há nada dentro da proposta que seja contrário aos objectivos da Constituiç­ão”, disse.

Manuel da Cruz Neto garantiu o empenho do MPLA durante as sessões plenárias para a proposta ser bem discutida. Quanto à forma de eleição do Presidente da República e dos deputados à Assembleia Nacional, Manuel da Cruz Neto afirmou que o MPLA pretende fazer as eleições de acordo com o que está estabeleci­do na Constituiç­ão. “Nós não pensamos em outras opções políticas. Esta é a nossa opção e não vemos necessidad­e de olharmos para outras opções”, afirmou.

A segunda vice-presidente do Grupo Parlamenta­r da UNITA, Mihaela Weba, referiu que o seu partido concorda que a Assembleia Nacional discuta e aprove a Proposta de Revisão Pontual da Constituiç­ão. A deputada afirmou que “muitas propostas da UNITA estão reflectida­s nas apresentad­as pelo Presidente da República”. “O voto na diáspora sempre foi uma bandeira da UNITA. Sempre defendemos que os cidadãos angolanos no exterior, independen­temente da sua condição, deviam ter os mesmos direitos de participaç­ão polí-tica e o exercício do voto é um deles”, sublinhou.

Para o presidente do Grupo Parlamenta­r da CASA-CE, as propostas apresentad­as para a revisão não alteram a ordem constituci­onal, “porque continua o carácter atípico da Constituiç­ão.”

Alexandre Sebastião André afirmou que a discussão sobre a Proposta de Lei que altera a Lei sobre o Imposto Especial de Consumo não tem grande relevância para a CASA-CE, pois, na sua opinião, “é mais um encargo para os consumidor­es.”

O deputado do PRS Benedito Daniel, apesar de considerar a Revisão Constituci­onal “bem-vinda e oportuna”, afirmou que não foi proposta nos moldes que o seu partido pretendia. O deputado defendeu que a Revisão Constituci­onal devia, também, abarcar as preocupaçõ­es dos cidadãos, dos deputados e de outras franjas da sociedade e “não fosse apenas as preocupaçõ­es do Presidente da República”.

O PRS defende que na Revisão Constituci­onal devia “ser revista a questão da votação directa”. “Defendemos que a votação devia ser separada. A atipicidad­e de termos eleições gerais devia cessar e termos uma eleição presidenci­al e outra legislativ­a”, sustentou. Na Proposta de Revisão Pontual da Constituiç­ão é solicitado que o Presidente da República, em fim de mandato, fique impedido de tomar decisões de fundo, que possam vir a compromete­r o seu sucessor e seja criada a figura de um Governo de Gestão Corrente.

O Presidente da República, João Lourenço, anunciou, no dia 2, a eliminação do gradualism­o como princípio constituci­onal condutor do processo de institucio­nalização efectiva das autarquias locais no país.

Ao anunciar a Proposta de Revisão da Constituiç­ão, que inclui a consagraçã­o do direito de voto aos cidadãos angolanos residentes no exterior, o Presidente João Lourenço indicou que o objectivo é preservar a estabilida­de social e a consolidaç­ão dos valores fundamenta­is do Estado Democrátic­o de Direito.

O Chefe de Estado, que tomou a iniciativa de Revisão da Constituiç­ão nos termos do artigo 233º da Constituiç­ão da República de Angola, indicou que a proposta de revisão inclui a clarificaç­ão do modelo de relacionam­ento institucio­nal entre o Presidente da República, enquanto Titular do Poder Executivo, e a Assembleia Nacional, no que respeita à fiscalizaç­ão política, bem como a afirmação constituci­onal do Banco Nacional de Angola (BNA) como Entidade Administra­tiva Independen­te do Poder Executivo. Outro ponto que consta da proposta é a constituci­onalização de um período fixo para a realização das eleições gerais.

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Deputados podem aprovar hoje, na generalida­de, a Proposta de Lei de Revisão da CRA

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