Jornal de Angola

Orçamento Participat­ivo foi lançado em Caxito

Marcy Lopes falava no acto de lançamento do Orçamento Participat­ivo, no âmbito do cumpriment­o do Decreto Presidenci­al nº 235/19, de 22 de Julho, que visa envolver os cidadãos no processo de definição das prioridade­s governativ­as

- Alfredo Ferreira| Caxito

O ministro da Administra­ção do Território encorajou, ontem, em Caxito, província do Bengo, os cidadãos a envolverem­se na governação pública. Marcy Lopes falava no acto de lançamento do Orçamento Participat­ivo, que visa envolver os cidadãos no processo de definição das prioridade­s governativ­as das suas comunidade­s.

O ministro da Administra­ção do Território, Marcy Lopes, encorajou, ontem, em Caxito, província do Bengo, os cidadãos a envolverem-se na governação pública, na base da democracia participat­iva.

Marcy Lopes falava no acto de lançamento do Orçamento Participat­ivo, no âmbito do cumpriment­o do Decreto Presidenci­al nº 235/19, de 22 de Julho, que visa envolver os cidadãos no processo de definição das prioridade­s governativ­as.

O ministro referiu que, depois de elegerem os seus representa­ntes para os órgãos de gestão do Orçamento Participat­ivo, os cidadãos devem continuar a ser parte do processo de governação pública, não só a nível da dimensão da democracia representa­tiva, como a participat­iva, ajustada no contexto do país.

O governante apontou ainda as duas formas de envolvimen­to directo dos cidadãos na elaboração do orçamento do município, onde as propostas devem ser remetidas à administra­ção municipal.

O ministro disse que uma outra vertente do Orçamento Participat­ivo está inserida no mesmo decreto. Prendese com o orçamento dos munícipes, no qual o Ministério das Finanças atribuirá uma verba fixada em 25 milhões de kwanzas por ano, por cada município.

O montante é destinado às despesas para a iluminação pública, saneamento do meio, iniciativa­s para a recreação local, a ser gerido pelos Comités Técnicos de Gestão (CTG), para indicar as prioridade­s.

“Neste momento, foram já constituíd­os, como experiênci­a piloto, 61 Comités Técnicos de Gestão (CTG), que procederam à abertura de uma conta bancária para começarem a executar”, disse o ministro.

Com a abertura das contas bancárias dos CTG, a administra­ção municipal passará a transferir uma verba destinada anualmente aos munícipes para poderem livremente escolher os projectos que entendem como prioritári­os.

O Orçamento Participat­ivo foi institucio­nalizado através do Decreto Presidenci­al nº 235/19, de 22 de Julho, que aprova o seu regulament­o. É uma verba inscrita no orçamento da administra­ção municipal ou ente equiparado, cuja execução tem a participaç­ão dos moradores.

Divide-se em orçamento dos munícipes e orçamento participad­o da Administra­ção Local. No primeiro caso, os munícipes decidem livremente sobre os projectos a executar, bem como a respectiva gestão. No segundo, o processo de elaboração e aprovação se desenvolve com a participaç­ão dos munícipes.

O Decreto Presidenci­al nº 234/19, também de 22 de Julho, fixa em 25 milhões de kwanzas o valor anual a atribuir a cada município como verba destinada ao Orçamento dos Munícipes, no quadro do Orçamento Participat­ivo.

PNUD reitera compromiss­o

A representa­nte residente adjunta do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi­mento (PNUD) em Angola, Soahangy Mamisoa Rangers, reiterou o compromiss­o da organizaçã­o em continuar a apoiar os esforços do Governo angolano para alcançar as metas dos Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l (ODS).

Soahangy Mamisoa Rangers disse que o desenvolvi­mento sustentáve­l visa garantir uma sociedade inclusiva e justa, com instituiçõ­es fortes para uma governação efectiva e participat­iva em todos os níveis.

Com o MAT, disse, o PNUD procura, sobretudo, contribuir para os esforços do país para o alcancedas­balizaspre­conizadas no Plano de Desenvolvi­mento Nacional 2018-2022, no eixo sobre a “Consolidaç­ão da Paz, Reforço do Estado Democrátic­o e de Direito, Boa Governação, Reforma do Estado e Descentral­ização”.

O Orçamento Participat­ivo, disse, é um mecanismo importante para promover a governação participat­iva, que permite a participaç­ão directa dos cidadãos na gestão das finanças públicas.

Segundo Soahangy Rangers, o Orçamento Participat­ivo permite uma planificaç­ão e execução financeira baseada em prioridade­s locais e localmente definidas, viabilizad­o tanto pela gestão directa de subvenções do Orçamento do Munícipe, como pela participaç­ão e contribuiç­ão directa dos cidadãos na planificaç­ão financeira das Administra­ções Municipais.

Importânci­a do acto

A governador­a do Bengo, Mara Quiosa, destacou a importânci­a do acto de apresentaç­ão pública do Orçamento Participat­ivo, tendo em vista as autarquias.

Saudou a escolha da província do Bengo para dar o pontapé de saída do programa, que marca a concretiza­ção das acções para a implementa­ção de um instrument­o que permitirá aos munícipes decidir livremente sobre os projectos a executar, bem como a respectiva gestão da verba alocada no OGE para o efeito.

Mara Quiosa disse esperar que este exercício seja contínuo, com o objectivo de estimular o exercício efectivo da cidadania.

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EDMUNDO EUCÍLIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Capital da província do Bengo acolheu a cerimónia de lançamento do Orçamento Participat­ivo
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