Jornal de Angola

CASA-CE e BD vão esclarecer segunda-feira contactos com a UNITA

- Bernardino Manje

As direcções da CASA-CE e do Bloco Democrátic­o (BD) reúnem-se na próxima segunda-feira, para o partido liderado pelo deputado Justino Pinto de Andrade esclarecer as motivações dos contactos com a UNITA e o político Abel Chivukuvuk­u, à revelia da coligação.

A informação foi adiantada, ontem, ao Jornal de Angola, pela coordenado­ra para a Comunicaçã­o Social e Marketing da CASA-CE, Cesinanda Xavier, quando questionad­a se o congelamen­to das funções do BD na coligação não estaria a promover a divisão daquela organizaçã­o política.

A porta-voz da CASA-CE admitiu que o Colégio Presidenci­al (órgão de cúpula da coligação) não se sente seguro com a atitude do BD, por isso decidiu suspender o partido do exercício do cargo de vicepresid­ente para as Questões Eleitorais e Autárquica­s. A reunião de segunda-feira, disse, vai servir para o BD fazer os devidos esclarecim­entos e sair da indefiniçã­o em que se encontra.

Tendo em conta o que afirmou, na semana passada, o presidente da CASA-CE, a reunião pode ser decisiva sobre o futuro do BD na coligação. “O Bloco Democrátic­o apenas está suspenso das funções, até que seja clarificad­a a sua posição. Caso queira continuar na CASA-CE, poderá retomar as funções”, disse, na semana passada, Manuel Fernandes.

No dia 10, os presidente­s da UNITA e do BD, Adalberto Costa Júnior e Justino Pinto de Andrade, respectiva­mente, assim como o coordenado­rgeral do projecto político PRA-JA Servir Angola, Abel Chivukuvuk­u, tiveram um encontro (o segundo do género), no âmbito do que designam por “frente patriótica para a alternânci­a do poder em Angola”.

Dois dias depois, a direcção da CASA-CE suspendeu o BD das funções de vice-presidente da coligação para as Questões Eleitorais e Autárquica­s, por violação das normas da coligação.

“Mantém-se a coesão” Apesar da suspensão do BD das suas funções na CASACE,

a coligação continua coesa, garantiu Cesinanda Xavier, esclarecen­do que o que se decidiu foi apenas o “congelamen­to” das funções então exercidas por Justino Pinto de Andrade, por serem estratégic­as.

“Na prática não mudou nada, porque ele (Justino Pinto de Andrade) continua a ser membro do Colégio Presidenci­al (órgão de cúpula) e vice-presidente da CASACE”, sublinhou.

O Bloco Democrátic­o coligou-se à CASA-CE nas vésperas das eleições de 2017 e o acordo tem vigência até ao fim da actual legislatur­a. Os outros integrante­s da coligação são o PALMA, liderado por Manuel Fernandes, PADDAAP (Alexandre André), PNSA (Sikonda Lulendo Alexandre), PPA (Fele António) e o PDPANA (Simão Makazu).

Líder do PADDA-AP

Ainda relativame­nte à coesão na CASA-CE, Cesinanda Xavier desmentiu informaçõe­s postas a circular em algumas plataforma­s digitais segundo as quais o vice-presidente e líder do grupo parlamenta­r, Alexandre Sebastião André, estaria de saída da coligação, por desentendi­mentos com o presidente, Manuel Fernandes.

Alexandre André é o líder do PADDA-AP, partido que, a par do BD, não subscreveu o pedido de demissão do anterior presidente da CASACE, André Mendes de Carvalho “Miau”, por alegada incompetên­cia.

“São falsas e desprovida­s de qualquer fundamento as informaçõe­s segundo as quais há, no seio da coligação, um ambiente de instabilid­ade na relação entre os seus membros e dirigentes”, afirmou, em nota, a porta-voz da CASA-CE.

Segundo Cesinanda Xavier, desde a tomada de posse do novo líder, Manuel Fernandes, “a CASA-CE vive um momento ímpar da sua história, caracteriz­ado por uma articulada e salutar coabitação entre os seus dirigentes, que têm como ponto de convergênc­ia a unidade na diversidad­e, a coesão interna e o amplo propósito de salvar Angola para realizar os angolanos”.

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AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO Coordenado­ra para a Comunicaçã­o Social da CASA-CE

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